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Memórias: artistas parintinenses relembram histórias com Laíla, ícone da Beija-Flor

Vítima da Covid-19, o diretor de carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, conquistou diversos títulos na Beija-Flor de Nilópolis
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laíla artistas parintinenses
Foto: Divulgação

Manaus – A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) fez mais uma vítima no Brasil. O carnavalesco e diretor de carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, popularmente conhecido como Laíla, morreu vítima da doença, aos 78 anos.

Laíla estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Israelita Albert Sabin, na Tijuca, zona Norte do Rio. Mas ele não resistiu aos impactos causados pela Covid-19.

A morte de Laíla gerou muita repercussão entre os amantes da cultura popular. Os artistas de Parintins, distante a 369 quilômetros de Manaus, lamentaram a perda do icônico personagem do carnaval carioca.

Tradicionalmente, após o Festival Folclórico de Parintins, diversos artistas viajam para o Rio de Janeiro com a missão de construir os belíssimos desfiles apresentados no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O artista plástico Kennedy Prata é uma das pessoas envolvidas diretamente no carnaval carioca. Ele trabalhou com Laíla por muitos anos na Beija-Flor de Nilópolis, escola que o diretor de carnaval defendeu por muitos anos.

Foto: Reprodução/Facebook

Durante entrevista ao Portal Tucumã, Kennedy disse que começou a trabalhar com o carnavalesco em 2007, ano que a Beija-Flor de Nilópolis ganhou o carnaval defendendo o enredo “Áfricas: Do Berço Real à Corte Brasiliana”. Ele relembra que Laíla era uma pessoa muito exigente nos trabalhos artísticos.

“Ele pegava no pé de todo mundo, mas era o jeito dele. Peguei muita bronca dele e aprendi muito com isso. Mas o Laíla cobrava porque queria ser campeão. Hoje em dia, no meu trabalho, cobro muito da minha equipe”, relembra.

Kennedy Prata não conseguiu segurar a emoção ao falar sobre Laíla. Ele ressalta que foi uma honra trabalhar com o carnavalesco.

“O Seu Laíla é um mestre para mim. É a pessoa com quem eu convivo por muitos anos. Ao lado dele conquistei quatro títulos na Beija-Flor. Foi uma honra muito grande trabalhar com esse grande homem. É um cara que admiro muito. Agora ele vai descansar no céu”, disse.

Convite

O coreógrafo e pajé do Boi Caprichoso, Erick Beltrão, foi uma das pessoas que conviveu com Laíla. Em 2017, a convite do artista Kennedy Prata, ele apresentou as técnicas de dança do boi-bumbá aos bailarinos da Beija-Flor de Nilópolis.

“Durante essa passagem no Rio de Janeiro tive a oportunidade de conhecer o seu Laíla. Um mestre de fazer carnaval. É um cara sério, mas de coração nobre”, falou. Erick viajou com seu irmão, Neto Beltrão, que também trabalha no Boi Caprichoso.

Foto: Reprodução/Facebook

Na opinião de Erick, a morte de Laíla é uma lacuna deixada no carnaval carioca.

“A sua partida é uma perda para o carnaval brasileiro. O país perde um gênio como seu Laíla. A convivência que tive com ele foi suficiente para ver o quanto a mente dele era brilhante e como ele amava o carnaval do Rio de Janeiro”, conta.

Reconhecimento

Com mais de 10 anos de experiência no carnaval carioca, o artista plástico Jucellino Ribeiro também falou ao Portal Tucumã sobre Laíla. Ele não trabalhou diretamente com o carnavalesco, mas reconheceu a forma de trabalho do ícone carioca.

“Eu fiquei muito surpreso com a morte da Laíla. Não cheguei a trabalhar com ele diretamente, mas o admirava por ser uma pessoa focada. Quando ele colocava alguma coisa na cabeça, tinha que ser aquilo”, falou.

Jucellino conta que todos os trabalhadores da Cidade do Samba, local que abriga os barracões das escolas de samba, admiravam Laíla, apesar da personalidade forte.

“Ele inovou muitas coisas no carnaval, principalmente na Beija-Flor. Toda Cidade do Samba admirou ele, apesar da personalidade forte, mas era o jeito do Laíla. Muitas pessoas que não conheciam achavam ele bem arrogante”, conclui.

Leia também: Esperança: Manaus registra 1 milhão de pessoas vacinadas contra a Covid-19

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