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04 maio 2024

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Meninos Yanomami: corpo da 2ª criança morta em rio próximo de garimpo é resgatado

Corpo de Bombeiros localizou a criança em galhos de árvores no rio Parima, onde ela e outra criança brincavam próximo à área de garimpo na comunidade Makuxi Yano, em Alto Alegre
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Indígenas e Bombeiros fazem buscas pelo segundo menino Yanomami desaparecido no rio Parima — Foto: Divulgação/Junior Hekurari Yanomami/Condisi-YY

Os Bombeiros encontraram e resgataram o corpo do segundo menino indígena que desapareceu no rio Parima, na Terra Yanomami, nessa quinta-feira (14). As imagens foram divulgadas pelo Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY).

O registro foi feito por Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Condisi-YY, que solicitou apoio do Corpo de Bombeiros nas buscas pela criança, que estava desaparecida desde a última terça-feira (12), enquanto ela e outra criança, que também morreu, brincavam na beira do rio próximo a um garimpo na região na comunidade Makuxi Yano, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Nas imagens, é possível ver indígenas e mergulhadores dos Bombeiros fazendo buscas no rio Parima, nas proximidades do acidente, até que, localizam e fazem o resgate do corpo do menino indígena, que boiava de bruços próximo a galhos de árvores.

Segundo o Condisi-YY, as crianças brincavam na beira do rio Parima, quando foram “sugadas” na água por uma draga, maquinário utilizado em garimpo, e levadas pela correnteza da água até a cachoeira.

Ainda conforme o Conselho, a primeira criança encontrada tinha cinco anos de idade, e foi localizada pelos próprios indígenas na quarta-feira (13). No dia seguinte, os Bombeiros encontraram o segundo menino que, segundo o Condisi-YY, tinha quatro anos. Os dois corpos ficaram na comunidade Makuxi Yano para os rituais fúnebres dos Yanomami.

Sobre o estado em que foi encontrada a criança, o Condisi-YY informou que o menino estava a cerca de 500 metros de distância do acidente e com o corpo coberto de lama. Para o Condisi-YY, acredita-se que a criança possa ter entrado em buracos causados pelo maquinário usado em garimpo.

O Conselho informou que vai pedir providencias a Policia Federal e ao Ministério Publico para apurar a morte dos dois meninos.

O Ministério Público Federal se pronunciou, por meio de nota, que “irá apurar os acontecimentos narrados”, e investigará se há “possível omissão dos órgãos responsáveis pela proteção das comunidades”.

Em nota, a Hutukara Associação Yanomami considerou o caso “mais um triste resultado da presença do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami”.

Procurada pelo g1, a Funai respondeu nesta quinta-feira que acompanha o caso por meio da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’Kwana, e “está à disposição para colaborar com o trabalho das autoridades”.

Terra Indígena Yanomami
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região em mais de 360 comunidades.

A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

O número de casos de Covid entre indígenas que habitam a região, aumentou em razão da presença de garimpeiros. No ano passado, em apenas três meses, as infecções avançaram 250%.

Com informações do G1

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