A política da Microsoft de recolher dados de uso dos seus softwares causou incômodo na Comissão de Proteção de Dados e Liberdade da Informação da Alemanha (CDPFI), na sigla em inglês). Uma medida do órgão determinou a suspensão do uso do Windows 10 e do MS Office 365 em instituições de ensino no estado de Hesse, mas a medida pode se estender ao restante do país.
O motivo é a mudança do caminho que estes dados fazem até a empresa americana. Pela norma europeia vigente, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), os dados exportados de países membros do bloco tem que seguir primeiramente para uma central de dados instalada na Europa, e somente após, ser direcionado para outros países fora do bloco ou do continente europeu.
Acontece que a Microsoft alterou a dinâmica das informações nestes softwares, que agora enviam os dados coletados diretamente para um servidor nos Estados Unidos. Em causa está a possibilidade de acesso aos dados dos alunos e professores nos EUA.
Outras gigantes de tecnologia também estão sujeitas a esta legislação, como Google e Amazon, por exemplo, se burlarem estas regras. A situação da Microsoft também não é considerada como definitiva. O comissário Michael Ronellenfitsch revelou publicamente que assim que sejam alteradas as regras de recolha de dados, o software pode ser usado novamente. Por enquanto, as alternativas dentro do próprio universo da Microsoft seria a utilização do Windows 7 e do Office 2016, porém ambos já estão e processo de descontinuação, o que gera incerteza sobre a segurança após o final do suporte para atualizações destas versões.
