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Morre o tenor Roberto Vargas aos 74 anos, em Manaus

Tenor colombiano foi um dos maiores expoentes da música lírica amazonense
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(Foto Isabel Ibiapina / Acervo Pedrinho Sampaio)

Faleceu em Manaus, na tarde desta quinta-feira (14), o tenor colombiano Roberto Vargas. O cantor morreu em decorrência de complicações gastrointestinais, possivelmente decorrentes de problemas relacionados a um tratamento de câncer feito anos atrás. Antes, Vargas já havia tido a saúde debilitada por causa de um acidente automobilístico sofrido há alguns anos, que o deixou com sequelas motoras. Na ocasião, o acidente provocou o encerramento da carreira de Vargas.

Natural de Mogotes, distrito de Santander, no nordeste na Colômbia, Roberto Vargas nasceu em 1º de setembro de 1945 e desde jovem era dedicado à arte de entreter. No País vizinho chegou a se formar na faculdade de Belas Artes. Em 1970 se mudou para o Brasil, onde escolheu Manaus como a terra que receberia sua arte. Abraçado na “Paris dos Trópicos”, trabalhou como funcionário de serviços gerais a chegou a ser garimpeiro em um breve regresso à Colômbia, como forma de sobrevivência. No entanto, sua potência vocal logo chamou a atenção e se dedicou de vez à música. Na capital do Amazonas participou de importantes movimentos musicais, sendo considerado uma das referências no canto para diversos profissionais eruditos e populares.

Participação marcante na arte do Amazonas

Nos anos 90 integrou o Núcleo Artístico do Amazonas (NUAM), sediado na rua 10 de julho e presidido pela pianista Ivete Ibiapina, na casa que hoje leva o nome da ilustre professora de música que marcou uma geração de artistas amazonenses. No NUAM, foi Produtor e Diretor Musical por quase uma década, promovendo eventos como o “Jazz, Bossa e Companhia”. A convivência no Núcleo fortaleceu os laços com músicos que marcariam sua vida profissional. Entre várias parcerias, se destacam trabalhos com os também tenores Josenor Rocha e Moisés Barros e o pianista Pedrinho Sampaio, um dos maiores companheiros profissionais de sua carreira.

Roberto (ao fundo, à direita) foi diretor do Núcleo Artístico do Amazonas criado pela consagrada pianista Ivete Ibiapina (ao centro), em Manaus

Ao longo de anos de parceria, Roberto Vargas e Pedrinho apresentaram ao público duas edições do projeto Manaus, Poema e Canção, onde o tenor assumiu as produções musical e executiva. Também produziu e cantou no premiado musical Synthesis, e na obra “O milagre das Rosas”, ambos escritos por Pedrinho Sampaio.

“A gente vai descobrindo nossos amores com o passar do tempo. Meu pai foi muito especial para mim, minha mãe e meus irmãos. Ficam os ensinamentos que ele nos passou, que nem precisava de palavras. Aprendíamos por suas ações. Meu velho é o grande amor da minha vida”, disse o filho Roger Vargas, que seguiu a veia musical a família e virou contrabaixista.

Grande incentivador da arte musical no Amazonas, Roberto Vargas integrou o Coral do Teatro Amazonas e foi um grande apoiador das atividades artísticas no Estado, sendo um dos grandes parceiros na realização do primeiro Festival de Ópera, como preparador vocal, em 1997. Membro da Ordem dos Músicos do Amazonas, foi professor de Canto Lírico e Teoria Musical pela entidade, além de professor de Canto Lírico e Técnica Vocal no Curso de Música Ivete Freira Ibiapina.

Despedida

Roberto Vargas deixa esposa e três filhos. Seu velório está marcado para as 21 horas desta quinta-feira (14) na funerária Almir Canaã, localizada na avenida Major Gabriel, 1833, bairro Praça 14 de Janeiro.

Raphael Sampaio

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