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Mulher que confessou ter planejado a morte da cunhada no Ouro Verde, é julgada hoje

Dois após o bárbaro assassinato da jovem estudante Luana Freire, mulher que confessou ter planejado a morte da cunhada, Thais Rejane Barboza, é julgada
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Mulher que confessou ter planejado a morte da cunhada no Ouro Verde, é julgada hoje

Thais Rejane Barboza, de 32 anos, irá a júri nesta quarta-feira (2). Ela confessou ter planejado o crime que resultou na morte da cunhada, Luana Freire, de 19 anos, encontrada por volta das 8 horas do dia 3 de dezembro de 2018, dentro da própria casa, localizada na Travessa Pato Branco, no conjunto Ouro Verde, bairro Coroado, Zona Leste de Manaus.

No Júri, a defesa será composta pelos advogados Baltazar Soares de Oliveira e Litamara Brasil de Farias. Já na assistência de acusação e representando a família da vítima e o instrutor de Boxe atingidos pelo crime, será feita pelo advogado Lenilson Ferreira Pereira.

Relembre e entenda o caso

Há dois anos atrás, no dia 3 de dezembro de 2018, em um segunda-feira, o corpo de uma estudante, identificada como Luana Freire, de 19 anos, foi encontrado dentro da própria casa, na Travessa Pato Branco, no conjunto Ouro Verde. A jovem havia sido brutalmente assassinada a facadas.

Policiais militares da 11ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), identificaram na época, quem havia primeiramente tido contato com a vítima desfalecida na propriedade, foi a esposa do irmão da vítima, Thais Rejane Barboza. Thais morava na casa com o marido, irmão de Luana, uma filha, além da vítima e o casal de sogros.

Na época, ela alegou que havia ido até a casa da vítima e, após gritar várias vezes para que se abrisse o portão, não obteve retorno. Pediu então a um funcionário da academia, que funcionava na parte de baixo da casa da família, que a acompanhasse para adentrar no imóvel à força.

Ao chegar ao quarto de Luana, Thais alegou que ela e o funcionário encontraram a vítima morta com vários golpes de faca pelo tórax. Além disto, Thais alegou que um valor de 5 mil reais em espécie havia sumido do local.

Seguindo esta versão, o delegado plantonista da época, Paulo Cesar Ferreira suspeitou, primeiramente, que a motivação do caso fosse o dinheiro, conduzindo a investigação a apurar um crime de invasão e roubo seguido de morte. Versão reforçada pela própria Thais.

Mas tarde, a investigação tomaria outro rumo, após incoerências do cenário na morte da cunhada, Thais Rejane Barboza confessou o crime ao titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), delegado Orlando Amaral. Até este momento, o delegado seguindo a confissão de Thais e acreditou também que ela tivesse um cumplice, sem suspeitar de falsa narrativa.

Segundo Amaral, durante o trajeto da sede da DEHS para o Centro de Detenção Provisório Feminino (CDPF), presídio no Km 8 da BR-174, Thais Rejane relatou que o responsável por desferir as facadas que mataram Luana Freire era o professor de boxe da academia de musculação, que ficava situada no primeiro andar da casa da família, no conjunto Ouro Verde, no bairro Coroado, onde aconteceu o crime. Segundo Thais, ele se chamava “Wilis. Mas ela divergiu depois, atribuindo a ‘Igor’.

Na primeira versão contada por Thais, tal funcionário da academia era quem junto com ela havia encontrado o corpo de Luana Freire dentro da residência.

Em depoimento na delegacia, a acusada confessou ter arquitetado o crime, mas disse que o combinado com “Igor” era apenas dar um “susto” na vítima e roubar um dinheiro guardado na casa pertencente a uma igreja evangélica da qual a família fazia parte. Nessa ocasião, Thais disse que o homem se chamava “Wilis”. Ela disse também que havia conversado três vezes com ele.

A injustiça do Falso Relato

O depoimento de Thais, transcrito pela imprensa na época, foi o seguinte:

“Eu não matei a Luana, só queria dar um susto. Um mês atrás mais ou menos eles falaram que eu tinha roubado dinheiro da igreja. Ficou uma situação estranha em casa. Foi uma idiotice minha porque eu nunca tinha feito isso. Claro que eu estou arrependida, eu não queria que ele matasse a Luana”, afirmou Thais.

“Eu só esperava que ele fizesse o assalto à casa e ficasse com o dinheiro. Ele deixou o dinheiro no lixo porque disse que não podia ficar andando com o dinheiro na mão e mais tarde me procuraria. Eu orientei ele a bagunçar as coisas (na casa) e pegar o dinheiro que tinha que pegar. Eu não iria pagar nada para ele, o dinheiro que ele roubasse era dele”, declarou Thais.

Ainda na época, o delegado Orlando Amaral afirmou que Thais não conseguia dar características como, por exemplo, o sobrenome e o endereço de “Wilis”.

Segundo o assistente de acusação que está presente no Júri desta quarta-feira, Dr. Lenilson Ferreira Pereira, o instrutor de boxe identificado por Thais como “Willis” e mais tarde como “Igor”, era o funcionário da academia que ficava abaixo da casa da família. Ele não tinha nada haver com o crime e foi vítima de uma falsa acusação. Ainda assim, o funcionário foi denunciado e detido pela polícia.

Na época, o relato de Thais vingou na imprensa como verdade e o instrutor de boxe acabou tendo sua imagem e reputação manchada injustamente, prejudicando carreira e negócios.

Aprofundando a Motivação do Crime

Segundo já divulgado em imprensa da época, em 2018, Thais relatou que a motivação para o planejamento da execução de Luana foi querer dar uma “lição” ou “susto” na cunhada, porque o ambiente na casa andava “estranho” e a família já acusavam Thais de ter cometido furtos no imóvel da família.

O que não ficou esclarecido foi: “Mas porque o alvo da família foi especificamente Luana”? “Por que Thais teria arquitetado a morte da cunhada?”

Dr. Lenilson Ferreira Pereira revelou ao Portal Tucumã que a jovem Luana foi quem descobriu a ‘vida dupla’ de Thais Rejane Barboza, com informações que chocaram a família. Thais teria mentido até mesmo sua idade ao esposo e não era bem uma “moça de igreja”, como aparentava. Escondia segredos obscuros que foram revelados por Luana à família.

Motivada pelo ódio do relato de Luana, Thais articulou o crime que resultou na morte da cunhada, deixando estragos na vida da família da vítima e também do instrutor de boxe.

Danos irreparáveis

Em relação ao dinheiro que havia sumido, Thais alegou que havia levado não apenas R$5 mil reais, mas R$ 7,5 mil referentes ao dízimo da igreja em que a mãe de Luana, tesoureira da instituição religiosa, guardava em casa. Segundo informações da imprensa em 2018, o dinheiro foi totalmente recuperado. Ainda assim, a rotina e vida da família de Luana e do instrutor de Boxe nunca mais foram as mesmas.


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