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Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina, será escutada pela CPI da Covid amanhã (1)

Nise Yamaguchi, que defende a hidroxicloroquina e o chamado "tratamento precoce" e chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Saúde
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Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina, será escutada pela CPI da Covid amanhã (1)
Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina, será escutada pela CPI da Covid amanhã (1)

Amanhã (1º de junho), os parlamentares ouvem a médica Nise Yamaguchi, que defende a hidroxicloroquina e o chamado “tratamento precoce” e chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Saúde no ano passado. Na quarta-feira, a comissão terá um debate entre especialistas. Não há previsão de sessão na quinta.

A audiência com a imunologista Nise Yamaguchi é aguardada com expectativa por parte de senadores que formam o bloco que une a oposição e a ala independente, porém contrária ao governo. A médica Nise Yamaguchi, que integrou a chamada “estrutura de assessoramento paralelo” de Bolsonaro na pandemia, será confrontada com questões relacionadas ao incentivo do uso de cloroquina e hidroxicloroquina — embora não haja evidências científicas de sua eficácia contra a doença.

O assunto tem sido um dos focos dos congressistas pelo fato de Bolsonaro ser entusiasta desses medicamentos, na contramão do que diz a comunidade científica. Em 2020, o Planalto acionou o Exército para aumentar a produção da cloroquina, cuja prescrição foi chegou a ser recomendada pelo Ministério da Saúde.

O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, afirmou à CPI da Covid que Nise parecia “mobilizada” com a possibilidade de mudar a bula da cloroquina para que o uso do remédio contra a covid-19 passasse a constar no papel. A médica Nise Yamaguchi diz que ele não falou verdade.

A sugestão foi discutida e rechaçada em reunião no Palácio do Planalto, segundo Torres.

Debate sobre medicamentos

A ideia da CPI é também aproveitar esta semana para promover debates com especialistas favoráveis e contrários ao uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada na resposta ao coronavírus. Outros médicos, cujos nomes ainda não foram oficialmente confirmados, devem ser ouvidos na quarta.

A previsão é que falem à CPI:

  • Clovis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia;
  • Zeliete Zambon, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade;
  • Francisco Eduardo Cardoso Alves, especialista em Infectologia pelo Hospital Emílio Ribas;
  • e Paulo Porto de Melo, neurocirurgião.

A Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada há um mês e busca apurar ações e eventuais omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus no Brasil, assim como apurar o uso de verbas da União repassadas a estados e municípios.

O prazo da comissão é de 90 dias, que pode ser prorrogado.

Na semana passada, a CPI aprovou a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e de seu antecessor, o general Eduardo Pazuello, durante reunião marcada por brigas entre senadores e tentativa de acordo frustrada. A comissão também deliberou a convocação de nove governadores em exercício do mandato e do ex-governador do Rio Wilson Witzel.

Na última sexta, um grupo de governadores de 17 estados e do Distrito Federal entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a convocação para depor na CPI.

Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), os governadores não se negam a colaborar com a CPI, mas na condição de convidados, e não convocados.

Veja a previsão dos demais depoimentos de junho (o cronograma pode sofrer alterações):

  • Terça (8): Nísia Trindade, presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz);
  • Quarta (9): Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde sob comando de Pazuello;
  • Quinta (10): Markinhos Show, ex-assessor de Pazuello;
  • Sexta (11): Cláudio Maierovitch, sanitarista, e Nathália Pasternak, microbiologista e pesquisadora da USP;
  • Terça (15): Marcellus Campêlo, secretário de Saúde do Amazonas;
  • Quarta (16): Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro;
  • Quinta (17): Carlos Wizard, empresário;
  • Terça (22): Filipe Martins, assessor para assuntos internacionais da Presidência da República;
  • Quarta (23): Presidente do Instituto Gamaleya (responsável pelo desenvolvimento da vacina russa Sputnik V);
  • Quinta (24): Jurema Werneck, representante do Movimento Alerta;
  • Terça (29): Wilson Lima, governador do Amazonas;
  • Quarta (30): Helder Barbalho, governador do Pará.

Para 1º de julho, está prevista a fala de Wellington Dias, do Piauí.

Dez depoimentos em um mês:

  • Antonio Barra Torrres, da Anvisa;
  • Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, ex-ministros da Saúde;
  • Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde;
  • Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo;
  • Carlos Murillo, gerente-geral da Pfizer na América Latina;
  • Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
  • Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde;
  • Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan

Último a depor, Dimas contradisse Pazuello e culpou o presidente Jair Bolsonaro pelo atraso nas negociações da compra da vacina CoronaVac pelo governo federal.

Foto: Fernando Moraes

Com informações via UOL

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