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‘O cuidado deve ser de todos’, reforça a comunidade LGBTQIA+ do AM sobre varíola dos macacos

A orientação da OMS para que "homens que fazem sexo com homens" reduzam o número de parceiros vem sendo debatida por inúmeros ativistas LGBTI+
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Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

Manaus (AM) – Com o aumento no número de casos de varíola dos macacos em vários países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a sociedade, na última quarta-feira (27), para que “homens que fazem sexo com homens” diminuam o número de parceiros afim de diminuir o risco de exposição ao monkeypox.

O pedido veio após um estudo apontar que 98% dos afetados pela varíola de macaco no surto de 2022 são homens gays ou bissexuais. A orientação da OMS vem sendo debatida por inúmeros ativistas LGBTQIA+ em todo o mundo, no Brasil e no Amazonas, não é diferente. No Estado, ativistas afirmam ao Portal Tucumã que percebeu o pânico entre a comunidade amazonense.

Os que lutam pela causa repudiam o preconceito e ainda pedem para que a população entenda que a doença não é ‘exclusiva’ do público. “O que acontece é que a forma como a imprensa expôs a informação levou a comunidade de homens que fazem sexo com homens ter a péssima memória da década de 80, quando a AIDS aterrorizou essa comunidade”, destacou o coordenador estadual da Aliança LGBTI+ no Amazonas, Gabriel Mota.

“A varíola dos macacos pode ser transmitida sexualmente, existem várias outras formas, como o simples contato com uma pessoa infectada, e essa pessoa pode ser qualquer pessoa, não apenas homens que fazem sexo com outros homens”, afirmou ainda.

A organizadora da parada do orgulho LGBTQ+ em Manaus, Bruna La Close, reforçou que a comunidade vem tomando as devidas providências em relação ao tema e discute a cerca dos cuidados.

“Isso não quer dizer que somente casos de gays, homens que fazem sexo com outros homens, são os transmissões, mais toda há uma população com vulnerabilidade e exposição com outras doenças crônicas. A maioria da população LGBTQIA está se prevenindo mais (prevenção combinada e uso do preservativos), mas todo o cuidado é suma importância”, apontou.

‘Cuidado deve ser de todos’

A ativista LGBTQIAP+ e digital influencer, Pedro Paulo, a qual dá vida a drag queen Aurora Boreal, também ressaltou ao Portal Tucumã que todo o alerta à saúde é importante e deve ser ouvido pelo mundo inteiro, mas que toda e qualquer discriminação deve ser combatida.

“A população LGBTQIA+ já sofreu bastante com os estigmas acerca do HIV. Durante muito tempo ficou como uma doença de gays, mas isso caiu por terra com o avanço do tempo, a gente viu que não era/é bem assim. Repetir os mesmos erros não pode acontecer!. Todos os cuidados precisa ser feitos por todos nós, e não somente por uma parte da população”.

A ativista, digital influencer e cantora, Pedro Paulo, a qual dá vida a dragqueen Aurora Boreal

Não aos estigmas!

Ainda na quarta-feira (27), quando foi feita a recomendação por parte da OMS, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus apontou que “estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”. Ele pediu que comunidades e indivíduos se informassem e levassem os riscos a sério, além de tomarem as medidas necessárias para interromper a transmissão e proteger os grupos vulneráveis.

“A melhor maneira de fazer isso é reduzir o risco de exposição. Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros. Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento, se necessário”, disse Tedros.

Até esta terça-feira (2), o Brasil tem 1.474 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo boletim emitido pelo Ministério da Saúde. A doença está presente em 17 estados brasileiros, além do DF (Distrito Federal). E até o momento, uma morte foi registrada no país, na sexta-feira (29). O paciente, de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, tinha comorbidades e estava em tratamento de quimioterapia.

Leia mais: FVS confirma segundo caso de varíola no Amazonas

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