Recentemente o vídeo da baleia Orca Kiska batendo a cabeça em seu tanque, gravada pelo ativista Phil Demers, no parque de diversões MarineLand, no Canadá, chocou o mundo e fez reacender o debate sobre a dura vida destes animais em cativeiro.
As imagens, que estão rodando o mundo, foram feitas no dia 4 de setembro de 2021, pelo expoente opositor aos cativeiros de animais aquáticos.
Veja:
“Este vídeo foi feito em 4 de setembro de 2021. Ativistas anticativeiro entraram em MarineLand e observaram Kiska, sua última orca sobrevivente, batendo com a cabeça na parede. Por favor, assista e compartilhe. Esta crueldade deve ter fim. #FreeKiska”, escreveu Demers, ao compartilhar o vídeo nas redes sociais.
De acordo com a Orca Rescues Foundation, a baleia Orca Kiska está em cativeiro desde 1979, e já sofreu inúmeras perdas ao longo de mais de 40 anos, desde o habitat até seus cinco filhotes, já falecidos.
Nos últimos 10 anos, Kiska esteve em completo isolamento, sendo privada do contato com outros exemplares de sua espécie e ganhando a fama de “Baleia mais solitária do Mundo” pelo Projeto Santuário de Baleias.
Estresse, falta de espaço e solidão
Conforme explicou o ativista Rob Lott, ao iNews, o fato da orca ter se debatido em seu tanque mostra que ela está altamente estressada, após viver décadas em um ambiente artificial. “Infelizmente, não é um caso isolado, e o comportamento autoinfligido repetitivo mostrado por Kiska foi visto em outras orcas cativas em que anos de tédio em tanques estéreis e inexpressivos, com pouco ou nenhum estímulo, se manifestam dessa forma”, afirmou o ativista.
Em um dos vídeos da campanha #FreeKiska, a ativista Elizabeth Viola mostra imagens aéreas do tanque do MarineLand. “Quando ela não está nadando lentamente em círculos, fica assim, apenas boiando”, destaca, ao criticar o isolamento que Kiska enfrenta há uma década.
Conforme repercutiu o The Sun, outro caso muito parecido foi o de Hugo, que teria chocado a própria cabeça várias vezes contra o tanque até vir a óbito, em março de 1980. Na ocasião, o espécime teve um aneurisma cerebral.
Segundo os ativistas, baleias e golfinhos não conseguem viver em cativeiro e tal fato pode levar ao esgotamento físico e mental do animal.
Outro caso
Em 2018, um vídeo feito por uma associação protetora de animais flagrou outra baleia orca tentando cometer suicídio após uma apresentação no Loro Parque, uma das atrações do SeaWorld, na Flórida (EUA).
O momento mostrando o animal estático fora d’água, enquanto turistas se retiravam do parque, foi filmado por mais de dez minutos. Alguns dos turistas até pararam para tirar selfie com o animal.
Morgan on concrete slide-out, Loro Parque, 05/16 via DolphinProject.com from Dolphin Project on Vimeo.
A orca, batizada como Morgan, vivia com outras cinco baleias no parque e foi flagrada batendo a própria cabeça contra um portão de metal para tentar escapar da piscina. Em declaração ao tabloide britânico The Sun, a ativista do direito dos animais Helene Hesselager O’Barry analisou a situação. “Esse vídeo mostra a quantidade de stress e crueldade imposta em orcas como um resultado do confinamento delas em espaços tão pequenos”, explicou.
Em nota ao tabloide, o SeaWorld afirmou que “O vídeo era uma nova tentativa de manipulação, através do exagero e dramatização, de uma situação completamente normal e que não fornece nenhum risco aos animais”.
Apesar da afirmação do parque, e das baleias realmente serem mamíferos que conseguem passar tempo sem respirar fora d’água, especialistas afirmam que a ação de ficar na terra é extremamente arriscada para o animal, já que o peso do seu corpo, que é sustentado com facilidade na água, pode esmagar seus órgãos internos e músculos graças à gravidade.
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