Brasil – Uma nova variante do Sars-CoV-2, chamada XEC, foi detectada no Brasil, despertando a atenção de especialistas em saúde. Essa linhagem pertence à variante Omicron e foi recentemente identificada em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A descoberta ocorreu após a realização de análises pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com base em amostras de pacientes diagnosticados com covid-19 em setembro de 2024.
Transmissibilidade e origem
A XEC chamou a atenção global por sua rápida disseminação. Ela foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante sob monitoramento, devido a mutações que podem influenciar o comportamento do vírus. A variante começou a ser detectada em maior número a partir de junho de 2024, inicialmente na Alemanha, e desde então se espalhou para 35 países. Mais de 2,4 mil sequências genéticas foram registradas na plataforma Gisaid até outubro.
Dados internacionais sugerem que a XEC pode ser mais transmissível do que outras variantes, mas os especialistas brasileiros ainda estão avaliando seu comportamento local. A diferença na memória imunológica da população brasileira em relação a outros países pode influenciar a maneira como o vírus se comporta aqui.
A variante XEC surgiu através de um processo chamado recombinação genética, onde uma pessoa é infectada por duas linhagens diferentes do vírus ao mesmo tempo, resultando na mistura dos genomas. Essa nova linhagem tem trechos das cepas KS.1.1 e KP.3.3, além de mutações adicionais que podem favorecer sua propagação.
Impacto no Brasil
Até o momento, a variante XEC foi encontrada em três estados brasileiros, e seu impacto ainda está sendo monitorado. Apesar de não haver um aumento expressivo nos casos de covid-19 no Rio de Janeiro, onde a variante foi identificada, especialistas reforçam a importância de manter uma vigilância genômica ativa para entender o potencial dessa variante e sua disseminação em outras regiões.
A maior parte dos casos de covid-19 no Brasil ainda é causada pela linhagem JN.1, predominante desde o final de 2023. Entretanto, a chegada da XEC é um alerta para as autoridades de saúde.
A importância da vigilância genômica
Um dos maiores desafios atuais no Brasil é o enfraquecimento da vigilância genômica, crucial para monitorar novas variantes. A coleta e o sequenciamento de amostras têm diminuído em diversos estados, o que dificulta a compreensão completa da disseminação da XEC e de possíveis novas variantes.
A vigilância genômica não apenas ajuda a entender a propagação do vírus, mas também permite ajustar a composição das vacinas. Com base nas variantes em circulação, a OMS atualiza periodicamente suas recomendações para a formulação de imunizantes. A próxima reunião técnica da OMS está prevista para dezembro, quando o impacto da XEC será avaliado junto a outras variantes.
O que esperar nos próximos meses
Ainda não se sabe se a variante XEC terá um impacto significativo no Brasil, mas os especialistas seguem monitorando sua disseminação. A vacinação continua sendo uma ferramenta essencial no combate ao vírus, e o acompanhamento de novas variantes pode influenciar as futuras campanhas de imunização. Manter a vigilância e a coleta de dados é fundamental para garantir uma resposta eficaz ao vírus.
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