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Operação contra a milícia cumpre 44 mandados de prisão no Rio de Janeiro

Operação contra grupo miliciano que atua na zona Oeste do Rio visa cumprir 44 mandados de prisão preventiva.
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Um dos suspeitos na Cidade da Polícia (Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), deflagrou nesta quinta-feira (30/01), a operação Os Intocáveis II, com o objetivo de cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra 45 denunciados de integrar milícia com atuação em Rio das Pedras, Muzema e adjacências.

A operação foi realizada com apoio operacional da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Polícia Civil (PCERJ) e da Polícia Militar (PMERJ). O GAECO do Ministério Público do Piauí, onde quatro denunciados estariam residindo, apoiou a operação no cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão naquele estado. A operação é desdobramento de outra realizada em 22 de janeiro de 2019, batizada de ‘Os Intocáveis’. Na ocasião foram denunciadas treze pessoas por organização criminosa. A análise de documentos e aparelhos eletrônicos apreendidos na ocasião serviu para abastecer o MPRJ com informações para identificar a participação dos novos denunciados.

O Ministério Público aponta que, pelo menos desde 2014, o grupo investigado é responsável por crimes como grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis, posse e porte ilegal de arma de fogo, extorsão de moradores e comerciantes com a cobrança de taxas referentes a ‘serviços’ prestados, ocultação de bens adquiridos com as atividades ilícitas por meio de ‘laranjas’, pagamento de propina a agentes públicos, agiotagem, utilização de ligações clandestinas de água e energia nos empreendimentos imobiliários ilegalmente construídos, dentre outros. Os crimes seriam cometidos sob ordens de Dalmir Pereira Barbosa, Paulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior (vulgo ‘Capitão Queiroz’).

Utilizando armas de fogo para exercerem o seu domínio, os criminosos contam com a participação de agentes públicos, ativos e inativos, em especial das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, que possuem acesso a informações privilegiadas, como de forma a manter as atividades ilegais e, assim, se perpetuarem no crime. Foram identifcadas participações de policiais lotados na 16ª Delegacia de Polícia Civil, no 18º Batalão de Polícia Militar (Jacarepaguá) e 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), todos na zona Oeste da capital. A ação também é requereu medida cautelar de suspensão do porte de arma de fogo e do exercício da função, independentemente do pedido de prisão preventiva.

O servidor público municipal Joailton de Oliveira Guimarães, lotado na Fundação Parques e Jardins, também foi denunciado por recebimento de propina com intuito de agilizar procedimentos administrativos solicitados por outro investigado, Murad Muhamad.

Aparelhos apreendidos revelaram conversas sobre Marielle Franco

Durante a análise do conteúdo extraído de aparelho celular apreendido em operação anterior – a ‘Lume’, deflagrada em 12 de março de 2019, que resultou na prisão de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de executar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes –, foram decobertos diálogos entre um dos policiais civis agora denunciados, Jorge Luiz Camillo Alves, e Ronnie Lessa, que em vários trechos dos diálogos se refere a ele como o ‘Amigo da 16’, numa referência à delegacia onde o mesmo está lotado. .

A denúncia foi distribuída para a 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital.

Com informações do Ministério Público do Rio de Janeiro

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