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Padre denunciado por lavagem de dinheiro é afastado de suas funções

A decisão de afastar o padre Robson Oliveira foi do arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz. Confira a decisão na íntegra.
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Manaus – O arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, decidiu suspender o padre Robson Oliveira, investigado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por suposto esquema de desvio de dinheiro na Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro. A decisão foi divulgada no último domingo (23).

Com isso, o padre Robson fica proibido de exercer os ofícios ministeriais na arquidiocese de Goiânia. O documento diz que a decisão medida foi tomada em prol da tutela dos fiéis e da imparcialidade das investigações.

A diretoria da Congregação do Santíssimo Redentor, grupo que o Pe. Robson Oliveira pertence, proibiu que ele visitasse o local e também que fizesse programas de rádio, TV ou internet, visando restabelecer a boa fama do sacerdote e evitar escândalo na Igreja.

Segundo a arquidiocese, as decisões não devem ser encaradas como condenações, mas sim, um gesto de prudência e colaboração com o processo investigativo.

O caso

Pe. Robson Oliveira também é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro. Na última sexta-feira (21), durante operação do MP-GO, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, inclusive, em imóveis luxuosos ligados ao padre Robson.

“Sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso, esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma e com total transparência para que seja confirmado que toda doação que fazemos ao Pai Eterno – terços rezados, o dinheiro doado, tempo, carinho, trabalho empregado na evangelização – foi toda, repito, toda empregada na própria associação Afipe em favor da evangelização”, afirmou Robson em sua defesa.

Confira a nota da Arquidiocese de Goiânia na íntegra

“O Ministério Público do Estado de Goiás deflagrou uma operação com foco em atividades e movimentações financeiras da AFIPE – Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro, ligada à Basílica do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO), buscando esclarecer supostas irregularidades na condução da Associação, que, em tese, poderiam caracterizar crimes de associação criminosa, apropriação indébita, lavagem de capitais, falsificação de documentos e sonegação fiscal.

Trata-se, na verdade, de meias conclusões apressadas, ainda que de direito do MP, em torno de doações com finalidades específicas e que, dentro da normalidade legal, tiveram aplicações diversas para conservar seu poder aquisitivo, em função de investimentos futuros que estavam, há muito, sendo cuidadosamente planejados, e que, no ano passado, redundaram na aquisição da TV Pai Eterno, braço maior da tarefa evangelizadora da AFIPE.

Os valores das doações recebidos jamais tiveram destinação alheia aos objetivos da AFIPE. Houve investimentos diversos, dentre os quais propriedades rurais com todos os seus ativos, imóveis urbanos e emissoras de rádio.

Quando da finalização das negociações para aquisição da TV Pai Eterno, foram todos eles integralmente transferidos para quem de direito, no bojo nas negociações e implantação da TV. Não houve desvios. Não houve laranjas. Algumas emissoras de rádio tiveram que ser registradas momentaneamente em nome de colaboradores e representantes da AFIPE, em função da legislação específica, mas que jamais deixaram de pertencer e integrar o patrimônio da AFIPE.

Nas negociações finais, esses ativos foram então transferidos para os antigos proprietários do canal de televisão, que, a partir daí, fizeram seus investimentos e encaminhamentos normais, fora do âmbito da AFIPE e sem interferência da mesma, no livre movimento do mercado.

A Arquidiocese de Goiânia e a Congregação do Santíssimo Redentor estão tranquilas diante desses fatos, colocando-se à disposição do Ministério Público para esclarecimentos e para o encaminhamento de todo e qualquer documento solicitado, colaborando em tudo para se esclareçam as dúvidas ainda existentes.

O presidente da AFIPE, Padre Robson de Oliveira Pereira, se afastou de suas funções na Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), bem como da direção da AFIPE, enquanto a Associação caminha para contratar empresa idônea de auditoria externa, no sentido de ser realizada ampla e profunda apuração de documentos e dados relativos à AFIPE.

A Arquidiocese de Goiânia e a Congregação Redentorista estão atentas à movimentação do Ministério Público, envidando todos os esforços para que se esclareçam, o mais rapidamente possível, todas as questões envolvendo a AFIPE, no sentido de que se preserve a credibilidade da Igreja local, a boa-fé dos milhões de devotos e doadores da Associação e, especialmente, o trabalho cotidiano de evangelização, seja na Basílica do Pai Eterno, seja nas associações mantidas pela AFIPE, seja nas rádios e na TV Pai Eterno.

Goiânia, 21 de agosto de 2020.

Dom Washington Cruz
Arcebispo de Goiânia”

Com informações da Aleteia
Foto: Divulgação

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