Manaus – O Pai de Santo Alberto Jorge Silva, presidente da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (Aratrama), denunciou quatro participantes do Big Brother Brasil (BBB) 21 ao Ministério Público Federal (MPF) por ridicularização e vilipendio da Sacralidade/religiosidade de matriz africana.
Ele confirmou a informação na noite desta terça-feira (9) ao Portal Tucumã. Segundo ele, a denúncia foi motivada por um vídeo que viralizou nas redes sociais, onde aparece Projota, Nego Di, Karol Conká e Lumena fazendo comentários desrespeitosos contra Xangô, o orixá da justiça.
“O vídeo que está circulando nas redes sociais, mostrando esse ato criminoso praticado por pretos e pretas capitães do mato, mas que posam de representantes do povo negro afrodescendente, não pode passar impune. Chega de tolerância com esse tipo de crime, venha de quem vier”, disse o Pai de Santo.
Alberto Jorge também disse ao Portal Tucumã que pediu apoio de todos os representantes das religiões de matriz africana do Brasil e pediu respostas da Rede Globo.
“Se houver uma manifestação em massa, o Ministério Público vai agir e a própria Rede Globo tem o dever moral deve dar uma resposta sobre o assunto. A emissora tem sido uma grande parceria no movimento contra as desigualdades raciais e ódio religioso. Não estamos dizendo que ela seja conivente com o caso, mas a Rede Globo, enquanto Big Brother, tem que tomar uma providência pois extrapolou o bom senso”, disse.
O artigo 1º da Lei N° 7.716, sancionada no Congresso Nacional, prevê punições para quem comete discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
A Comunidade Afro Religiosa de Brasília e Entorno também se manifestou sobre o assunto. Em nota, a organização repudiou a atitude dos participantes e exigiu uma resposta pública.
“Basta de ataques às religiões de matrizes africanas! Exigimos retratação da emissora (Rede Globo) e punição aos atos de intolerância religiosa praticados em rede nacional. Respeito à ancestralidade, cultura e religiosidades africanas e afro-brasileiras”, reitera.
Confira o vídeo
Foto: Reprodução/Facebook
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