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Participantes de reunião com Jair Bolsonaro apresentaram contradições

Peça-chave da operação da Polícia Federal, que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o encontro ministerial ocorreu em julho de 2022
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Foto: reprodução/Instagram - @jairmessiasbolsonaro

Brasília- Peça-chave da operação da Polícia Federal, que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o encontro ministerial realizado em 5 de julho de 2022, próximo às eleições presidenciais, teve como intuito exigir um alinhamento de todos os líderes das pastas do Executivo para garantir uma ação antes do resultado das urnas. Entre os participantes estavam o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e o ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Augusto Heleno. Os dois foram ouvidos na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) e apresentaram contradições na versão dada aos parlamentares.

O depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF ocorreu no dia 8 de agosto de 2023. Na ocasião, Torres declarou que sempre respeitou a autonomia da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

“Procurei dar o exemplo como ministro, respeitando a autonomia da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Nunca interferi em investigação ou assuntos internos destas corporações”, disse na época.

Porém, o depoimento contradiz a fala do próprio Torres na reunião ministerial. Na ocasião, ele afirma ter montado uma equipe completa na PF para acompanhar o “passo a passo das eleições.”

“A gente vai atuar de forma incisiva”, disse. Em outro momento, Torres afirmou aos parlamentares que o trabalho no ministério foi “técnico” .

“Durante todo o tempo em que permaneci no Ministério da Justiça foquei no trabalho técnico para o qual eu estava preparado após 20 anos de experiência e estudos”, disse na CPMI do 8/1.

Todavia, durante a reunião é possível perceber que Torres percebe a gravidade do que está sendo discutido no encontro, inclusive alertando os demais para as possíveis consequências.

“Senhores, todos vão se f**. Quero deixar bem claro isso. Eu quero que cada um pense previamente no que vai fazer. Mas todos vão se f**”, disse.

Augusto Heleno

Outro participante da reunião de 2022 foi o ex-GSI Augusto Heleno. Ele foi ouvido por parlamentares no dia 26 de setembro do ano passado. Em um momento, o general afirma que jamais foi à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) conversar sobre política ou sobre assuntos que fossem interesse de políticos.

Todavia, na reunião de 2022, ele afirma que conversou com Victor Carneiro, o então diretor da Abin, para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O general também chega a alertar sobre as consequências de um possível vazamento. Neste momento, o ex-presidente Bolsonaro pede para que Heleno não continue, e que a conversa seja feita em um ambiente particular.

Aos parlamentares, Heleno também afirmou que Bolsonaro teria feito um juramento que iria jogar dentro das “quatro linhas” e que ele nunca teve intenção de fazer o ex-presidente mudar de opinião.

Porém, o que se vê na reunião é que o ex-GSI afirmou ao ex-presidente Jair Bolsonaro que “se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”. “Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”, ressaltou no encontro.

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