Manaus – A Polícia Federal (PF) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar supostos repasses ilegais ao ministro Dias Toffoli. O pedido é baseado no acordo de colaboração premiada do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (11). De acordo com a reportagem, o ex-governador do Rio afirma que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos fluminenses em processos no Tribunal Superior Eleitoral.
Dias Toffoli era ministro da corte de 2012 a 2016, tendo sido presidente de maio de 2014 a maio de 2016.
Segundo Cabral, os pagamentos teriam sido realizados nos anos de 2014 e 2015 e operacionalizados por Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro.
Os repasses, na versão do delator, teriam envolvido o escritório da mulher de Toffoli, a advogada Roberta Rangel. É a primeira vez que a PF pede ao STF apuração que envolve um ministro da própria corte.
A delação foi homologada em fevereiro de 2020 pelo ministro Edson Fachin, que autorizou a abertura de diferentes inquéritos e encaminhou para o então presidente, Dias Toffoli, com pedido de distribuição. As investigações miravam ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), do TCU (Tribunal de Contas da União) e políticos.
Em 2020, Toffoli desconsiderou a decisão de Fachin pela abertura dos casos, pediu manifestação de Augusto Aras e arquivou as investigações –três delas durante o recesso de julho e as outras pouco antes de deixar a Presidência, em setembro.
O ministro Dias Toffoli afirmou, por meio da assessoria, não ter conhecimento dos fatos mencionados e disse que jamais recebeu os supostos valores ilegais. Em nota, o ministro refutou a possibilidade de ter atuado para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.
Com informações da Folha de S.Paulo
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