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Quadrilha lavava dinheiro com tráfico de drogas e tinha 107 ‘laranjas’, informa PC

A era quadrilha chefiada por um casal de empresários acusado de lavar dinheiro da milícia e do tráfico de drogas e contava com 107 laranjas.
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(Foto: Fabiano Rocha)

BRASIL — O superesquema montado pela quadrilha chefiada por um casal de empresários acusado de lavar dinheiro da milícia e do tráfico de drogas da principal organização criminosa do Rio contava com, pelo menos, 107 laranjas. A informação consta em relatório de inteligência da Delegacia de Combate à Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, obtido com exclusividade pelo GLOBO. Entre os nomes investigados na Operação Mercador de Ilusões, desencadeada na última quarta-feira, há quem more em apartamento de classe média alta, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, e gente que vive em um casebre em rua de chão de terra batida, em Guaratiba, na Zona Oeste.

Além dos oito alvos que tiveram a prisão decretada pela Justiça, a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ) investigam outros laranjas e dezenas de empresas que estariam envolvidas no esquema chefiado por Marcelo Clayton Alves de Sousa e Naly Pires Diniz, que estão foragidos. De acordo com o relatório da polícia, a quadrilha movimentou mais de R$ 3 bilhões em três anos. O primeiro depósito bancário, em espécie, que deu origem às investigações ocorreu em outubro de 2019, num banco em São Gonçalo.

No imóvel de Ipanema, a duas quadras da Lagoa Rodrigo de Freitas, alguns vizinhos contaram que o suposto laranja se passava por empresário e que já mora no prédio há 20 anos. É considerado uma pessoa tranquila e discreta. A Polícia Civil esteve no edifício para fazer buscas, enquanto o suspeito ainda estava no apartamento. Não há mandado de prisão contra ele, mas, segundo um vizinho que conversou com a equipe do GLOBO, ele deixou o prédio e não retornou desde o dia da operação.

Pai se diz perplexo

Oito suspeitos, incluindo o casal de empresários, um contador e cinco laranjas tiveram a prisão temporária decretada pelo juiz Marcello Rubioli da 1ª Vara Criminal Especializada, que também determinou o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 681 milhões nas contas dos alvos.

Neste grupo, está Alan William Cavalcante Olímpio, acusado de ter feito seis depósitos em contas de empresas usadas pela quadrilha, num total de R$ 547,6 mil. Ele foi um dos presos anteontem. Alan mora numa casa simples, no bairro Andrade Araújo, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Chamou a atenção dos investigadores o fato de haver outras pessoas apontadas como laranjas com endereços no mesmo município. Outro detido, Jonathas Souza Boquimpani, também mora na cidade, numa casa cujos tijolos ficam à mostra. Ele é acusado de fazer três depósitos de R$ 216 mil em contas do bando.

Pai de Alan, Ramiro Olímpio, de 71 anos, se disse perplexo com a prisão:

— Ele me ajuda aqui no bar e, às vezes, trabalha como motorista de aplicativo. Os policiais vieram aqui em casa e colocaram a arma na minha cara. Eu comecei a me tremer. Em seguida, eles o levaram. Não sei o que o meu filho fez. Ele era viciado em drogas e estava internado. Ele é trabalhador — afirma o pai.

Do Extra*

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