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‘Quem não acordava tomava choque’, conta vítima de trabalho escravo em vinícola

Foram levados por uma falsa promessa de uma vida melhor
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(Foto:Reprodução/Pixabay/ilustração)

Brasil – As vítimas de trabalho em situação análoga à escravidão nas vinícolas da Serra Gaúcha, contaram que além das agressões, choques elétricos eram dados pelos empregadores. As declarações foram divulgadas neste domingo (5).

O inacreditável caso de trabalho escravo explodiu nos veículos de notícia na última quarta-feira (23), depois que as vítimas conseguiram fugir do alojamento onde foram presas em condições desumanas pedindo socorro da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Após denúncias, fiscais do Ministério do trabalho realizaram o resgate de 208 trabalhadores que vieram da Bahia por uma empresa terceirizada para prestar serviço nas vinícolas na colheita de uvas.

A lista de atrocidades cometidas pelos responsáveis conta com ameaças psicológicas, agressões físicas, choques elétricos e spray de pimenta, sem contar nas condições desumanas do alojamento.

As pessoas resgatadas, já estão em sua cidade natal, Salvador (BA). E são elas as testemunhas que relatam que os supervisores batiam nos funcionários de forma violenta, e tudo acrescentado com “choques e murros nas costelas”.

“A gente acordava às 4h da manhã à base de grito. Chamando a gente de demônio. ‘Acorda demônio, acorda para trabalhar. Baiano bom é baiano morto. Se não trabalhar vai morrer’. Os que não conseguiam acordar para trabalhar tomavam choque no pé. Ou murro na costela para ter que ir acordar para trabalhar”, conta vítima.

Uma das vítimas relata que foi para o sul do país porque estava desempregado. Com a proposta de trabalho com salário de até R$ 4 mil, com alimentação e dormitório. Porém, tudo mentira.

“Mas chegando lá foi tudo enganoso. O que encontrei foi um alojamento, que disseram que era uma pousada, um galpão com mais de 200 pessoas dentro, um quarto em frente ao outro com nove pessoas.O café da manhã era um pão com café, meio dia a quentinha azeda, que a gente não comia. E chegava de noite não tinha comida pra gente. Comida toda azeda” encerrou testemunha.

As vinícolas foram contra os relatados contados pelos trabalhadores. Informaram ter exterminado o contrato com a empresa Fênix Prestação de Serviços e anunciando mudanças na fiscalização para que o evento não se repita. As investigações sobre esse caso continuam.

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