(Fotos: Douglas Benício)
Após meses sem autorização para navegar, as viagens por meio hidroviário estão liberadas novamente a partir desta quinta-feira (16). Passageiros e donos de embarcações deverão seguir regras rígidas para realizar as viagens de maneira segura conforme as medidas obrigatórias de saúde.
A população que pretende viajar precisa entender que os documentos exigidos para aprovar o embarque estão mais criteriosos, ainda mais para pessoas do grupo de risco.
Nossa equipe foi até o Porto de Manaus e conversou com o agente de viagens, Gilson Silva, de 50 anos, que trabalha há mais 20 anos no ramo e contou que o meio fluvial nunca passou por uma situação de readequação como essa. E para ele mesmo com o retorno das viagens a coisas ainda vão custar para voltar ao normal.
“Centenas de pessoas quem vem aqui para comprar passagens, acabam voltando, pois pensam que precisam apenas do RG como era antes, mas o tramite agora para sair da capital está mais rigoroso. E quem não conseguir as autorizações infelizmente irão ficar mais 180 dias na cidade, até segunda ordem do governo para suspender a atual burocracia para viagens”, contou.
O agente contou ainda que o público tem se surpreendido com o preço das passagens, pois por conta do retorno em meio à crise econômica, as agências estão utilizando a tabela de preço que geralmente é cobrada em períodos de alta temporada.
“A tabela é utilizada entre os meses de dezembro a janeiro e de junho a julho por conta das férias, e mesmo com o calendário modificado por conta da pandemia, estamos vendendo conforme é tabelado, o que algumas pessoas têm reclamado. Mas precisamos nos reerguer e pra isso não tem como as passagens estarem no valor que era vendido em tempos de baixa temporada”, completou Gilson.
Givanildo Valente, de 43 anos, conseguiu confirmar a viagem dos pais após uma semana providenciando autorizações de médicos, da vigilância de saúde e da Prefeitura do município de Porto Alegre, no Estado do Pará, destino de viagem dos pais.
“Pelo costume de sempre viajar de barco, eu fiquei surpreso quando vim comprar as passagens dos meus pais, dois idosos de 70 e 73 anos, e eu entrei em contato com a prefeitura e da secretaria de saúde e consegui rápido ainda. E quem é idoso e não tem ninguém pra ajudar a resolver essas questões, vai ser difícil conseguir viajar”, disse.
Sobre as exigências para garantir uma passagem de barco, Givanildo não se incomoda com o trabalho a mais para conseguir embarcar, para ele isso evidencia a preocupação do governo em evitar a proliferação.
“Sabemos que muita gente quer voltar para suas cidades e mesmo precisando dessas autorizações, eu não acho que está prejudicando quem quer sair de Manaus, isso mostra que ninguém está brincando, que tudo o que está acontecendo é muito sério. A pandemia não acabou, ela apenas diminuiu”, concluiu.
Uma outra cliente que estava comprando passagens e nos contou que esse retorno vai facilitar a chegar nos destinos mais rápido, pois ela optou por viajar de avião para o Pará, mas segundo ela seria mais cansativo por conta das conexões nos aeroportos em outros dois estados, e que o barca mesmo mais lento, chega mais rápido no destino dela.
Regras de viagem
Aos interessados em viajar, veja abaixo as novas regras para viajar de barco.
*Distanciamento social e entre redes.
*Uso de máscara durante toda a viagem.
*Disponibilização álcool em gel para passageiros e tripulantes.
*Especificação dos assentos de grupo de risco.
*Para passageiros idosos precisa ter autorização do médico, declaração da prefeitura e secretaria municipal de saúde do município ao qual ele pretende viajar.
*Limitação da capacidade de passageiros em 40% para ferry boats e navios motores, e em 60%, para lanchas rápidas.
*Caso algum passageiro ou tripulante apresente sintomas suspeitos durante a viagem, deverá desembarcar no porto municipal mais próximo para que haja garantia de atendimento médico adequado.
Veja a reportagem completa feita pelo repórter Jhonata Lobato e pelo cinegrafista Douglas Benício.
Jhonata Lobato
