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Relator no Conselho de Ética pede cassação do mandato da deputada Flordelis

Conselho deve votar relatório na próxima semana; palavra final cabe ao plenário da Câmara. Flordelis é acusada de envolvimento no assassinato do marido, o que ela nega
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Deputada Flordelis e mais nove vão a júri popular pela morte do marido da parlamentar - Foto: Divulgação| Agência Senado

O relator do processo da deputada Flordelis (PSD-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, Alexandre Leite (DEM-MG), leu nesta terça-feira (1º) parecer no qual pediu a cassação do mandato da parlamentar.

Com a leitura, caberá ao conselho votar o parecer, o que deve acontecer somente na próxima semana. Se o conselho acompanhar o voto de Alexandre de Leite, o processo seguirá para o plenário da Câmara, ao qual cabe a palavra final sobre o tema.

Flordelis é ré na Justiça, acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ter sido a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.

Desde o começo das investigações, a deputada nega ter mandado matar o marido. Em depoimento ao Conselho de Ética no último dia 13, Flordelis voltou a negar o crime e disse que se tornou “pária” na Câmara dos Deputados desde que foi denunciada.

A parlamentar responde por homicídio triplamente qualificado – “motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima” –, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

A parlamentar não pode ser presa por causa da imunidade parlamentar – quando somente flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão. Desde setembro, Flordelis tem sido monitorada por tornozeleira eletrônica.

Relembre o caso

A representação contra Flordelis foi apresentada em agosto do ano passado pelo deputado Leo Motta (PSL-MG), após a deputada e os filhos dela terem se tornado réus no processo que apura o assassinato do marido dela.

Como foi apresentado por um deputado individualmente, o caso teve que passar antes pela Corregedoria da Câmara, que em setembro de 2020 recomendou que a Mesa Diretora encaminhasse o caso para o Conselho de Ética.

O processo ao qual a deputada responde na Câmara foi instaurado somente em fevereiro deste ano, já que o conselho esteve parado no ano passado devido à pandemia da Covid-19.

Histórico

Até hoje, 22 relatórios com pedido de cassação foram aprovados no Conselho de Ética, mas somente sete foram referendados pelo plenário da Casa. São eles:

•André Luiz (ex-PMDB-RJ) – cassado em maio de 2005;

•Roberto Jefferson (PTB-RJ) – cassado em setembro de 2005;

•José Dirceu (PT-SP) – cassado em novembro de 2005;

•Pedro Corrêa (PP-PE) – cassado em março de 2006;

•Natan Donadon (ex-PMDB-RO) – cassado em fevereiro de 2014;

•André Vargas (ex-PT-PR) – cassado em dezembro de 2014;

•Eduardo Cunha (MDB-RJ) – cassado em setembro de 2016.

Outros dez deputados que tiveram a perda de mandato aprovada no Conselho de Ética foram salvos no plenário da Câmara.

Outros cinco processos em que o colegiado tinha aprovado parecer a favor da cassação de mandato nem chegaram a ser analisados pelo plenário.

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