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Sem vacinas, São Paulo atrasa início de vacinação para idosos com mais de 80 anos

O governo de São Paulo anunciou o início da imunização da faixa entre 80 e 84 anos apenas para o dia 1º de março por motivo de falta de vacinas
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Sem vacinas, São Paulo atrasa início de vacinação para idosos com mais de 80 anos
Sem vacinas, São Paulo atrasa início de vacinação para idosos com mais de 80 anos

Idosos com mais de 90 anos e, depois, com mais de 85 anos começaram a receber a vacina contra covid-19 na última semana no estado de São Paulo. Mas o governo anunciou o início da imunização da faixa entre 80 e 84 anos apenas para o dia 1º de março. Esta é a data que, segundo o antigo PEI (Plano Estadual de Imunização), idosos acima de 75 anos já estariam tomando a segunda dose.

O motivo do atraso da vacinação em São Paulo? A falta de vacinas, justifica o governo estadual, que, em janeiro, aderiu ao PNI (Plano Nacional de Imunização). Até agora, foram distribuídas quase 12 milhões de doses pelo país — o bastante para imunizar apenas 6 milhões de pessoas, menos de 3% da população brasileira.

“Marcamos [as datas] de acordo com a quantidade de vacinas. Não tem vacina. Se conseguirmos, iremos adiantar, como temos feito, mas tudo depende da quantidade de vacina disponível”, disse o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.

O Ministério da Saúde afirmou já ter “garantido” 354 milhões de doses, por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses). O órgão não apresentou, no entanto, um calendário de entrega dessas doses. A pasta disse ainda que “firmou memorandos de entendimento” com as fabricantes Pfizer, Jansen, Sinopharm, Bharat e Gamaleya.

Vacinação de acordo com a produção das doses

O início da vacinação no estado, previsto pelo PEI para o dia 25 de janeiro, foi adiantado para o dia 17, quando a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Desde então, o estado tem marcado as datas de vacinação de acordo com a produção das doses, abandonando o plano estadual apresentado em janeiro.

Quando estipulamos 85 anos ou mais, é a população que podemos vacinar neste momento com quantitativos que temos. Sabemos qual é a população com 60 anos ou mais, é em torno de 7 milhões. Precisamos de mais vacinas para colocar para os municípios fazerem vacinação.
Regiane de Paula, coordenadora do Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de SP

Alguns municípios paulistas começaram a vacinar outras faixas etárias —idosos com mais de 80 ou 75 anos— porque contavam com doses em estoque. Mas são exceções e não podem garantir as próximas faixas etárias, por enquanto.

Duas vacinas aprovadas

Ao todo, foram distribuídas no Brasil quase 12 milhões de doses das duas vacinas aprovadas: a CoronaVac e a Oxford/AstraZeneca. Até a semana passada, o Butantan havia liberado para o país 9,8 milhões de doses em três remessas e o Ministério da Saúde distribuiu 2 milhões de doses do imunizante de Oxford/AstraZeneca no fim de janeiro.

Agora, os estados aguardam a produção de novas doses ou a compra de uma outra vacina por parte do Ministério da Saúde. Por falta de insumos, que vêm da China, o Butantan ficou quase 20 dias sem produzir a CoronaVac.

A produção foi retomada no último dia 4, com a chegada de 5.400 litros de matéria-prima (o bastante para 8,6 milhões de doses). Na última quarta (10), recebeu mais 5.600 litros da China (mais 8,7 milhões). Segundo o instituto, agora a produção não irá mais parar e a distribuição ao Ministério da Saúde deverá ser retomada no dia 23 de fevereiro.

A Fiocruz também iniciou a produção da vacina de Oxford/AstraZeneza com a chegada de 90 litros de insumos (o bastante para 2,7 milhões de doses) no último final de semana. O começo da entrega deverá ocorrer em março.

É preciso mais vacinas

A avaliação tanto dos governos estaduais quanto de especialistas é que o Brasil precisa de mais opções de vacinas – ou maior quantidade das já presentes.

“Eu também me preocupo se penso que [a população de] 80 anos só começará a ser vacinada em vinte dias. Mas precisamos de mais vacinas. Tem Pfizer, Moderna, Sputnik… O Ministério da Saúde deveria agir, articular”, pondera o pneumologista Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.

Até então, só a CoronaVac e a Oxford/AstraZeneca foram aprovadas pela Anvisa. A Pfizer pediu registro da “Cominarty”, produzida em parceria com a BioNTech, no último dia 6. A agência tem até 60 dias para analisa-lo, mas já prometeu maior celeridade.

O Ministério da Saúde tem argumentado que “tem interesse” em comprar “todas as vacinas que tiverem sua segurança e eficácia comprovadas e o registro na Anvisa”.

Ainda assim, em agosto, o governo federal recusou um contrato prévio de 70 milhões de doses da Pfizer, a serem distribuídas assim que a farmacêutica conseguisse a autorização por aqui. Como justificativa, disse que, apesar da quantidade de doses que garantir a vacinação de 35 milhões de brasileiros, o acordo “causaria frustração a todos”.

“Na última semana, representantes da pasta se reuniram com representantes do Gamaleya e do Bharat Biotech, para avançar na aquisição de mais 30 milhões de doses de vacinas”, disse a nota da Saúde”.

Com informações via UOL
Foto:
Divulgação

Leia também: Ministro da saúde anuncia que vacinação de pessoas acima de 50 anos será antecipada em Manaus

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