O depoimento confuso do deputado Fausto Júnior (MDB), à CPI da Pandemia no Senado Federal, colocou em xeque o relatório elaborado pela CPI da Saúde, instaurada em 2020, no âmbito da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Fausto foi relator da Comissão e afirmou com todas as letras que é “humanamente impossível” investigar, em 120 dias, período de duração da CPI (até setembro de 2020), os fatos relacionados às administrações na saúde desde 2011.
Primeiro, Fausto tentou passar a imagem de má administração da saúde no Amazonas, questionando a aplicação de recursos públicos na área. Depois, disse que sugeriu o indiciamento do atual governador e dos demais do período apurado. Em seguida, se contradisse, afirmando que não pediu o indiciamento dos governadores, demonstrando que as provas levantadas pela CPI eram vagas demais para sustentar um pedido dessa natureza.
Fausto apresentou uma tabela com dados de pagamentos indenizatórios feitos pelo Estado, de 2011 a 2020, insinuando que os pagamentos eram criminosos. Confrontado pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), que é ex-governador do Amazonas, ele reconheceu que pagamentos de processos indenizatórios são permitidos na administração pública.
Ao ser questionado sobre as medidas adotadas pelo governo de Wilson Lima, para o enfrentamento à pandemia, ele demonstrou desconhecimento, mencionando apenas a abertura do Hospital de Campanha Nilton Lins e do referenciamento do Hospital Delphina Aziz para o tratamento da Covid-19.
Fausto ignorou, por exemplo, a implantação de miniusinas de oxigênio feitas em vários municípios com o apoio do Estado, a aquisição de testes para a detecção da Covid-19, a ampliação de leitos clínicos e de UTI em diversas unidades de saúde, a transferência de pacientes para tratamento em outros estados da federação, a criação de grupos de trabalho tripartite para o combate à pandemia, a implantação de plano logístico para o transporte3 de oxigênio medicinal ao Estado, e criação de UCIs no Amazonas (Unidades de Cuidados Intermediários) no interior do Estado, entre outros.
Fausto foi ‘auxiliado’ inúmeras vezes, pelo senador Eduardo Braga, do mesmo partido, em respostas às quais teve dificuldade em interpretar ou não conseguiu responder. O deputado também foi interrompido por Omar Aziz ao dizer que estava prestando depoimento de boa vontade, quando na verdade, o parlamentar foi convocado pela CPI no papel de testemunha.
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