Humberto Peixoto era catequista e defendia as causas indígenas. Foto: Reprodução
Um homem identificado como Alex Junio Melo Pereira, 28, popularmente conhecido como “Gago”, foi preso na manhã desta quarta-feira (05) na comunidade Alfredo Nascimento, bairro Cidade de Deus, zona Norte de Manaus.
De acordo com a investigação da polícia, Alex tem envolvimento na morte de um indígena identificado como Humberto Peixoto Lemos, 40, que pertencia à etnia Tuyuka, sendo apontado como principal suspeito.
O crime aconteceu no dia 02 de dezembro de 2019, no bairro Coroado, zona Leste da capital.
Segundo o delegado Antônio Rondon Júnior, titular do 11º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e responsável pela ação policial, a prisão é temporária e outras pessoas podem estar envolvidas na morte de Humberto.
“O Alex está preso por meio de um mandado de prisão temporária, ele está colaborando com a investigação, nós temos informações que há outros nomes de envolvidos no crime. Brevemente estaremos realizando novas prisões em torno do caso”, disse o delegado Rondon.
Humberto foi agredido a socos e chutes, principalmente na região na cabeça. Ele chegou a receber atendimento médico no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, mas não resistiu os ferimentos e morreu na unidade hospitalar.
O suspeito do crime realizou os procedimentos cabíveis no 11º DIP e logo em seguida será conduzido para audiência de custódia no Fórum Henoch Reis.
Possível motivação
O delegado Rondon informou que a possível motivação do crime foi uma festa que Humberto promoveu em sua residência. Traficantes da área pediram para baixar o volume do som, mas ele recusou.
“Alex disse que Humberto teria realizado uma festa no dia 30 de novembro, diversas pessoas reclamaram do som da festa, principalmente de traficantes da área. No dia 02 de dezembro a vítima foi cobrada sobre o volume do som e disse que não iria receber ordens de traficantes, logo em seguida foi agredido e veio a óbito”, explicou.
Sobre Humberto
De acordo com a Coordenação dos Povos Indígenas (COPIME), a Humberto Peixoto era catequista e defensor dos índios. Ele trabalhava na Cáritas Arquidiocesana de Manaus, como assessor da Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Manaus (PIAMA).
Os Tuyukas, etnia que Humberto pertencia, é natural do município de São Gabriel da Cachoeira, eles são conhecidos como filhos da Cobra de Pedra.
Por João Paulo Castro com informações de Carol Dias
