Brasil – Jane Raquel, uma mulher de 33 anos, usou as redes sociais para compartilhar um caso de racismo que sofreu na última quinta-feira (19). O episódio ocorreu na loja da Farm, localizada no Shopping Nova América, em Del Castilho, Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo Jane, ela foi acusada de furto sem provas pela gerente e por um estoquista da loja.
Jane estava acompanhada de quatro amigas. Enquanto olhava vestidos na loja, suas amigas saíram antes, e a mulher correu para alcançá-las. O gesto aparentemente chamou a atenção dos funcionários, que a seguiram e a abordaram sob a acusação de roubo. “Vivenciei algo muito doloroso. Fui acusada injustamente de roubo. Saí da loja e dei uma corridinha para alcançar minhas amigas. Fui seguida por cerca de 40 minutos e, depois, abordada pela gerente que me acusou de roubo sem provas”, relatou Jane ao jornal O DIA.
Após ser acusada, a mulher retornou à loja acompanhada de suas amigas. Nesse momento, os funcionários fecharam o estabelecimento com elas dentro. Jane relatou que, além da acusação injusta, teve de lidar com deboches por parte da equipe. “Um funcionário disse que me viu saindo com uma peça na mão e nos mandou calar a boca com um sinal de deboche”, escreveu Jane.
O caso foi registrado na 44ª Delegacia de Polícia (Inhaúma), onde Jane e os funcionários da loja prestaram depoimentos. Mesmo após comprovar que não havia roubado nada, Jane afirmou que não recebeu nenhum pedido de desculpas. A Polícia Civil informou que as investigações continuam e que testemunhas estão sendo ouvidas para esclarecer os fatos.
Em nota, o Shopping Nova América declarou que não tolera nenhuma forma de discriminação e que acompanha o caso de perto. A Farm, por sua vez, lamentou o ocorrido, informou que a funcionária envolvida foi desligada e anunciou a instauração de uma sindicância interna para apurar o episódio.
Esse não é o primeiro caso envolvendo discriminação associado à marca Farm. Em 2022, a empresa enfrentou acusações de racismo após o assassinato da jovem Kathlen Romeu. Em 2017, uma estampa retratando pessoas negras como escravas gerou grande repercussão negativa. Outros casos incluem a apropriação cultural em 2014, quando usaram uma mulher branca para representar Iemanjá, e uma denúncia de gordofobia feita por uma mãe e sua filha em 2016. Em todos esses episódios, a Farm pediu desculpas e reiterou que tais atitudes não refletem os valores da empresa.
Casos como o de Jane Raquel evidenciam a urgência de combater o racismo e a discriminação em todos os ambientes. Empresas, especialmente as que já enfrentaram polêmicas similares, precisam intensificar treinamentos e medidas para evitar que situações como essa continuem acontecendo.
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