Brasil – O Estadão capturou uma imagem um tanto quanto conflituosa durante a sabatina de Flávio Dino Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Isso porque o senador Sergio Moro (União Brasil) conversava com uma pessoa próxima que indicava que ele não declarasse o voto favorável no ministro, escolhido para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (13).
Na mensagem capturada e, mensagem WhatsApp, a pessoa faz um alerta a Moro e diz que o “coro está comendo” nas redes sociais após a divulgação de fotos em que Moro aparece aos risos com Flávio Dino. Na conversa também é dito que é melhor que não seja revelado o voto.
Moro é oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e se divulgasse seu voto ficaria exposto em caso de eventual apoio a Dino.
O Estadão registrou a mensagem no celular de Moro. Além disso, imagens do senador abraçado e aos riscos com Dino também circularam na internet nessa terça-feira (13).
O teor das mensagens enviada a Moro: “fica frio que ja ja passa (sic)”. Na sequência, a pessoa orienta novamente o parlamentar: “não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando”.
Moro então respondeu: “Blz (beleza). Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação (sic)”.
Na votação no plenário do Senado, a indicação de Dino para o STF teve 47 votos a favor e 31 contra.
Com a divulgação da mensagem trocada por Moro e a outra pessoa com nome de “Mestrão”, a ala bolsonarista reagiu. Um deles foi o deputado Nicolas Ferreira. “Não somente o zelador de biografia, mas outros – inclusive do PL – votaram a favor de Dino. Traiam enquanto há tempo, pois o lugar de vocês será tomado por homens de caráter. As urnas os espera”, escreveu ele no X, antigo Twitter.
A assessoria de Moro disse que a pessoa com quem o senador conversou pelo celular “sem ter informação do voto do senador fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino. Em resposta, o senador disse que iria manter o sigilo do voto, que é um instrumento de proteção contra retaliação”. Moro não revelou quem é “Mestrão”.
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