Após o afastamento imediato, e sem explicações, do advogado Marcelo Amil da presidência estadual, pela direção nacional do Partido da Mobilização Nacional (PMN), integrantes do diretório municipal da sigla publicaram, nesta quarta-feira (4), uma carta aberta à sociedade sobre o pedido de renúncia de seus cargos.
Conforme informou o sociólogo Luiz Carlos, a decisão foi tomada de acordo com a forma como a diretoria nacional optou por fazer as mudanças no partido, sem que os filiados e o próprio regimento do partido fossem respeitados.
“Um partido que não leva a sério o estatuto partidário e não respeita os seus filiados não é um partido mas, uma aberração institucional. Foi por isso que decidimos também deixar o partido. Isso não pode ter sido sempre assim e se isto continuar, o povo estará desamparado, sem forças para resistir. Isto deve mudar e a nossa resistência em não aceitar a política tradicional é um esforço para ser diferente”, declarou.
Através de uma carta renúncia, os membros Luiz Carlos Marques (presidente); Fredson Cumapa (vice-presidente); Fabiola Silva (tesoureira-geral); Carlos Henrique Santos (secretário-geral) e Camila Pereira (vogal) que encabeçavam o diretório do partido em Manaus desde setembro de 2019 explicam o porquê da decisão.
“Um partido político sério é regido pelo seu estatuto partidário. Um partido sério, repetimos. O PMN, ao fazer uma intervenção no Diretório Estadual do Amazonas, para entregá-lo às velhas oligarquias do Estado, rasga o seu estatuto e se deixa levar pelo poder econômico.
Em seu artigo segundo está escrito que ‘o Partido da Mobilização Nacional, como instrumento de representação política, orientar-se-á por seu manifesto, seu programa e seus estatutos e demais diretrizes de ação política, social e econômica, de conteúdo nacional, democrático e socialista, devidamente aprovados por sua convenção nacional’.
Está claro que não há democracia e muito menos princípios socialistas nesta atitude. Infelizmente, fomos usados com o fim de valorizar o produto para ser trocado no mercado aberto.
Sonhamos construir um partido de base, em sintonia com os anseios do povo do Amazonas. Colocamos todos os nossos esforços e inteligência neste projeto, mas estamos sendo impedidos pela inveja e cobiça dos exploradores da miséria do povo.
De alternativa de poder que éramos, o PMN volta a ser uma sigla de aluguel para encher o bolso dos membros do Diretório Nacional. A nossa consciência não está à venda, e este não é um partido sério, por isso, o diretório municipal de Manaus renuncia de forma coletiva ao seu mandato.”
Para Marcelo Amil a atitude dos membros, de renunciarem a seus cargos, não é apenas um ato solidário mas “um ato de lealdade a princípios”.
“Eu escolhi ser leal ao que eu acredito. A turma que estava dirigindo o partido no município também acredita nas mesmas coisas e se mantiveram leais a que acredita. Eu fico feliz com essas manifestações de solidariedade, isso mostra que o que a gente construiu lá (no PMN) era sólido ideológicamente”, afirmou Amil.
Com informações da Assessoria