O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disparou várias críticas ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
Ele criticou a participação do presidente nas manifestações de domingo passado em ato pró-militar e lembrou quando seu pai, o senador Arthur Virgílio Filho, foi cassado durante a Ditadura Militar no Brasil.
“Não podia deixar de condenar o presidente participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país”, disse Arthur Neto.
O prefeito cedeu uma entrevista à coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, nesta terça-feira (21). Segundo ele, Bolsonaro vem contrariando as ordens da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre aglomeração de pessoas devido ao novo coronavírus (Covid-19).
“É de extremo mau gosto o presidente participar de um comício, insistentemente contrariando a OMS e os esforços que fazem governadores e prefeitos. Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas.”, falou.
Coveiro
Durante uma entrevista, Bolsonaro chegou afirmar que “não é coveiro” após ser questionado sobre as mortes por covid-19 no país. Arthur Neto pediu que Bolsonaro respeitasse os coveiros.
“Queria dizer para ele que tenho muitos coveiros adoecidos. Alguns em estado grave. Tenho muito respeito pelos coveiros. Não sei se ele serviria para ser coveiro. Talvez não servisse. Tomara que ele assuma as funções de verdadeiro presidente da República. Uma delas é respeitar os coveiros. Não fui criado sob essa lógica do ‘homem não chora’. Nessa crise tem acontecido isso. Às vezes, consigo controlar. Muitas vezes, não”, comenta.
Por João Paulo Castro
