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‘Bolsonaro é a comprovação científica da cloroquina’, diz Alexandre Garcia na CNN

Jornalista questionou colegas por sempre afirmarem que o remédio não tem comprovação científica
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(Imagem: Reprodução)

A estreia de Alexandre Garcia no programa Liberdade de Expressão, novidade na grade da CNN Brasil, aconteceu nesta segunda-feira (27) e, como esperado, o decano da informação saiu em defesa das pautas apoiadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Para o comunicador, o presidente brasileiro é a “comprovação científica” da eficácia do remédio e questionou colegas jornalistas.

“Bolsonaro mostrou a caixinha de hidroxicloroquina e em todo noticiário que ouvi, o meu colega repórter diz assim: ‘moutrou a caixa de hidroxicloroquina que não tem comprovação científica’. O cara tá na frente do presidente, que é a comprovação científica que o uso da hidroxicloroquina dá certo”, disse em seu comentário.

Para Alexandra Garcia, os jornalistas “vão para Lua e para Marte” para usar o que classificou como “chavão”.

“Alguém tá mandando todo repórter dizer que ‘não tem comprovação científica’. E todos os nossos amigos que foram tratados precocemente foram curados em dois ou três dias e estão vivos. Faz perder a credibilidade, a pessoa tá vendo o repórter repetir um chavão”, complementou.

Visão científica

Um dos estudos mais recentes realizados pela chamada “Coalizão Covid-19 Brasil”, que reúne pelo menos nove experimentos pelo País acerca da doença, apresentado na última quinta-feira (23) no “New England Journal of Medicine”, reforça as evidências da ineficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento do SarS-Cov-2, vírus que causa o Covid-19.

Em linhas gerais, o estudo testou 667 pessoas que tiveram seus resultados avaliados em sete níveis de graduação. Separados em três grupos, um deles teve apenas cloroquina administrada durante o tratamento. Outro grupo teve a associação cloroquina e azitromicina e, o terceiro, recebeu apenas placebo, pílulas sem efeito medicinal, para servir como referência. Os dois grupos que tomaram cloroquina tiveram amostras de riscos maiores que o grupo sem o remédio.

Presidente Jair Bolsonaro no jardim do Palácio da Alvorada mostrando a caixa do remédio para uma ema(Foto: Sérgio Lima/Poder360. 23.07.2020)

A discussão

Um dos primeiros remédio apontados como promissores nos primeiros momentos da pandemia do novo coronavírus, a Hidroxicloroquina era uma velha conhecida dos brasileiros, especialmente na região amazônica onde é largamente utilizada para combater a malária, que é endêmica na região. Pacientes de Lúpus, uma doença autoimune, também utilizam o medicamento no tratamento.

Com a explosão da notícia de possíveis benefícios, houve uma corrida às drogarias e farmácias de manipulação em um nível tao elevado que a Anvisa precisou mudar a classificação do remédio para que apenas fosse vendido com receita médica, de forma a manter os estoques para os tratamentos originais aos quais a cloroquina era destinado.

Com preços altos e desabastecimento, o Governo Federal ordenou a produção de milhões de comprimidos antes que diversas pesquisas fossem concluídas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Com a maior parte dos estudos apontando que os benefícios da cloroquina não eram relevantes e o agravante de que o remédio pode causar arritmia cardíaca, seu uso começou a ser desencorajado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil, dois Ministros da Saúde foram demitidos por discordarem da ordem de Jair Bolsonaro para recomendarem o medicamento desde os primeiros sintomas de Covid-19.

Raphael Sampaio

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