O depoimento da secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, também conhecida como “Capitã Cloroquina”, na CPI da Pandemia, foi adiado para a próxima terça-feira (25). A confirmação foi anunciada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), no início da sessão de hoje (20).
Anteriormente o depoimento da secretária estava previsto para ocorrer nesta quinta-feira (20), porém, como o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello precisou ser suspenso após um mal-estar dele, e remarcado para hoje (20) por decisão do presidente da comissão, a mudança precisou ser feita.
Mayra Pinheiro foi uma das pessoas citadas no depoimento de Pazuello. De acordo com o ex-ministro, ela teria criado o aplicativo TrateCov.
O aplicativo foi um dos pontos abordados, já que segundo Pazuello o mesmo nunca foi lançado oficialmente, mas no dia 13 de janeiro, no ápice da crise do oxigênio em Manaus, o Ministério da Saúde divulgou o aplicativo de forma oficial. A nota informativa, que já foi tirada do ar, dizia que 342 médicos manauaras já estavam aptos a usufruir da plataforma. Oito dias depois a plataforma foi tirada do ar.
TrateCov
Pazuello foi questionado por Eduardo Braga (MDB-AM) sobre o por quê de o Ministério da Saúde, na gestão de Pazuello, não ter tomado para si a gestão da saúde no Amazonas durante o pico da segunda onda da Covid-19. O ex-ministro então respondeu que a competência cabia ao Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus.
O ex-ministro também foi questionado sobre TrateCov, uma ferramenta lançada pelo Ministério da Saúde e usada em Manaus. Segundo Omar e Braga, o governo Bolsonaro usou Manaus como cobaia para testes no aplicativo.
O ex-ministro então se defendeu afirmando que o aplicativo foi hackeado e lançado por um hacker. No entanto, no próprio projeto-piloto da ferramenta havia a informação de que a cidade de Manaus foi, de fato, a escolhida para testes da ferramenta na Atenção Primária à Saúde (APS).
Pazuello disse que o objetivo do programa era auxiliar o diagnóstico médico da covid-19 e que tratava-se apenas de um protótipo, mas um ataque hacker fez com que a plataforma ficasse disponível. Senadores contestaram. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) citou documento de 6 de janeiro, assinado por Pazuello, que permitia a disponibilização do TrateCov.
‘Capitã Cloroquina’
Mayra Pinheiro é médica pediatra e ficou conhecida com o apelido de “Capitã Cloroquina” após fazer postagens no Facebook sobre o que se passava com ela durante os dias que estava com Covid-19. Ela defendeu o uso de invemectina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina, zinco, vitamida D e proxalitamida no combate aos efeitos da doença. Segundo ela, todos os medicamentos estavam “ali na cabeceira da cama”.