Os pais do ex-sargento do Exército Lucas Ramon Silva Guimarães, morto a tiros no dia 1º de setembro deste ano na zona sul de Manaus, oferecem R$ 40 mil por informações que possam ajudar a encontrar o pistoleiro autor do homicídio que envolve o caso do supermercado Vitória. Livânia Maria e Marcelo Marques Guimarães disseram que o dinheiro para a recompensa foi obtido com doação de parentes mais próximos.
“É um momento difícil, coração sempre apertado, mas a gente fica na ânsia pela justiça o tempo todo. Um crime brutal, planejado, queremos que a população nos ajude a localizar esse assassino. Nossa intenção é ajudar nas investigações”, disse a mãe de Lucas, Livânia Maria Silva Guimarães, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (12).
Emocionado e chorando, Marcelo Marques Guimarães, pai de Lucas Ramon, chamou o suspeito de “primata” e disse que não busca vingança, mas justiça. Eles alegam que a polícia não consegue oferecer a recompensa e por isso decidiram ajudar nas investigações.
As investigações incluem o empresário Joabson Agostinho Gomes, dono do supermercado Vitória e suposto mandante do pistoleiro, e a esposa, Jordana Azevedo Freire. Eles foram presos, mas conseguiram habeas corpus concedido na quarta-feira (10).
Os pais de Lucas buscam o homem que atirou no filho. Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram o suspeito de máscara e boné.
“Nós estamos voltando ao faroeste? Quem mandou é tão criminoso quanto quem puxou o gatilho. De uma maneira covarde e safada. Ele fez a coisa da maneira mais vil e se isso não for combatido vai acontecer novamente. As pessoas falam que a Justiça liberou ele porque ele tem três filhos. Mas e o meu filho que tem um de quatro anos?”, questionou Marcelo Marques Guimarães, pai do ex-sargento.
“O mais greve é que afetou várias pessoas e a gente vem tentando, não é se vingar, é simplesmente que seja feita a justiça, como pessoas civilizadas. Não como bicho de pegar uma arma, estamos como seres humanos, civilizados, coisa que não foi feito com meu filho”, afirmou Marcelo Marques.
A recompensa é oferecida a qualquer pessoa do país, não apenas do estado. O advogado da família, Iuri Albuquerque Gonçalves, explicou que deve tentar nacionalizar o caso com divulgações em jornais de fora do Amazonas.
Iuri Albuquerque disse que a iniciativa não é uma crítica ao trabalho da polícia. “O trabalho tem sido feito, os novos delegados que entraram estão empenhados em fazer um bom trabalho, nós confiamos no trabalho da delegacia”.
Sobre a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que concedeu o habeas corpus ao casal investigado no caso, o advogado afirmou que está inconformado com a sentença. “Discordamos veementemente da decisão, mas cabe a nós respeitar e combatê-la da maneira correta”, disse.
“Para a família não há dúvidas de quem foram os mandantes desse crime. O Lucas já vinha sofrendo ameaças e sabia que se alguém atentasse contra a vida dele seria o Joabson”, afirmou Iuri Albuquerque.
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