Em uma tentativa de aproximação com o eleitorado evangélico, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) postou nesta segunda, 21, um vídeo em suas redes sociais no qual exalta os valores cristãos enquanto segura a Bíblia em uma mão e a Constituição na outra.
“O Brasil é uma República laica, mas a Bíblia e a Constituição não são livros conflitantes”, disse o presidenciável pedetista. A publicação de Ciro foi atacada por pastores aliados do presidente Jair Bolsonaro e deixa explícita a briga pelos votos do segmento religioso entre os pré-candidatos ao Planalto.
O Portal Tucumã conversou com o cientista político Helso do Carmo que afirmou que a tática adotada por Ciro Gomes não é nenhuma novidade.
“Estamos vivendo um momento de apelações, eu diria, existe na sociedade brasileira uma hipocrisia muito grande e um grande apelo ao metafísico, ao evangélico, a esse espaço neopentecostal, que é sempre acompanhado com muito dinheiro”, explicou Helso.
Quando perguntado sobre a mensagem que Ciro deixa com a postagem, Helso explicou que a atitude do político cearense, reflete a uma estratégia de markenting político para alcançar mais eleitores.
“Quando eu vejo alguém da política fazer esses apelos, eu apenas lastimo, mas eu sei que eu sou a minoria porque você posar de bom samaritano, você posar ao lado de uma bíblia, pega muito bem(…) Então, esse público se anestesia de forma fácil pela fala de pastores, é um público carente que tá precisando de amparo e daí os políticos entram nesse jogo, para se tornarem e se apresentarem como o bom moço”, finalizou.
Em 2010, os evangélicos representavam 22% da população do País, segundo a última edição do Censo, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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