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Consideramos justa toda forma de amor? Veja o relato de LGBTS que lutam por respeito em Manaus

'Não queremos aceitação, e sim respeito", diz manauara
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Manaus – Se a vida fosse como nas letras das canções de Lulu Santos, não haveriam motivos para descriminação e preconceito. ”Consideramos justa toda forma de amor”, tão simples no cantar e tão difícil na conquista. Veja como tem sido a vida de quem luta por respeito sobre sua sexualidade em Manaus.

Lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e, por vezes, outros grupos, formam o (LGBT), o que para muitos é uma sigla, para outros é uma forma corajosa de viver a vida, encarar os obstáculos e lutar por respeito.

O Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrado oficialmente no dia 28 de junho, foi criado em memória à Rebelião de Stonewall, que ocorreu em 1969, quando a comunidade LGBT protestou contra uma ação violenta de policiais que queriam fechar um bar que reunia gays, transexuais e drags.

A data é celebrada há 52 anos, onde membros da comunidade lutam diariamente por respeito e o direito de viver a vida sem violência e preconceito.

Em Manaus, o preconceito mudou pouco nos últimos anos, ainda é possível identificar atos desrespeitosos contra LGBT’s mesmo com as coisas se modernizando tanto no mundo.

Tereza Oliveira, de 23 anos, vivia em harmonia com sua família, até que quando revelou que era lésbica, começou a sentir indiferença dentro da própria casa.

Ela começou a ter brigas constantes com a mãe, que não aceitava e nem respeitava o relacionamento que ela tinha. Tentou por muito tempo fazer com que a relação com a família melhorasse, mas já não era feliz aqui.

Tereza se mudou para Paris, onde trabalha e estuda atualmente. Disse que passou a viver melhor, pois as pessoas já a conhecem sabendo que ela é lésbica, não é um choque para ninguém como foi em sua cidade natal.

Em Manaus, ela conta que cresceu como uma menina hétero e após revelar sua sexualidade, até mesmo amigos se afastaram dela. Dentro de casa, ela conta que o namoro hétero da irmã era aceito e apoiado pela família, quando ela precisou abrir mão de vários amores a pedido da mãe.

”O preconceito não está no lugar, está nas pessoas. Se te conhecem sabendo que você é gay, tá tudo bem, mas se você resolve dizer só depois, as coisas mudam. E as vezes não é nem por nossa escolha, demoramos um tempo para entender o processo também”, disse.

”É preciso muito mais do que o apoio da família para conseguir viver bem e feliz na sua cidade”, disse Tereza que ressalta ainda que tem esperança que as coisas melhorem no mundo.

”Minha relação com a minha mãe melhorou muito depois que eu fui embora. Hoje em dia ela me liga, pergunta como estou, não interfere mais em minha vida e aprendeu a me respeitar”, finaliza.

Durante o início de 2021, alguns casos de homofobia e preconceito foram registrados na capital. Onde além de humilhados em seus locais de trabalho, maltratados por seus familiares, também são assassinados. Os crimes contra categoria vem crescendo na capital, em pleno século XXI, parte da população ainda não consegue respeitar o outro.

Relembre o caso

Na madrugada do dia 14 de fevereiro, a mulher trans, identificada como Manuela Otto que trabalhava com espetáculos infantis em Manaus, foi encontrada morta com um tiro no peito no motel Minha Pousada, no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte da cidade.

De acordo com informações policiais, que analisaram imagens de segurança do local, o suspeito de cometer o crime fugiu em um veículo Prisma da cor branca. Registros identificaram que o carro pertence a um policial militar.

Leia mais: Assassinada em motel, mulher trans atuava em espetáculos infantis; amigos lamentam perda

Foto: Reprodução

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