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Droga aprovada contra HIV pode atacar coronavírus, diz estudo chinês

Cientistas simularam ação do antiviral nelfinavir contra o novo vírus em computador.
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Coronavírus e HIV
Coronavírus e HIV

Um medicamento que vem sendo usado em combinação com outros para tratamento contra o HIV pode ter ação efetiva contra o novo coronavírus que emergiu na China, afirma um novo estudo. Pesquisadores de Xangai que simularam a ação do antiviral nelfinavir contra um modelo digital do patógeno afirmam que ele tem boa chance de funcionar.

A sugestão surgiu de um estudo de cientistas do Instituto de Matéria Médica de Xangai, liderado por Zhijian Xu. O cientista publicou uma cópia do trabalho nesta semana no repositório de estudos preliminares bioRxiv.

Para apontar o nelfinavir como droga candidata para atacar o 2019-nCoV (acrônimo que designa o novo coronavírus), Xu e sua equipe extraíram 1903 drogas candidatas de um banco de dados com as estruturas tridimensionais dos medicamentos.

Para verificar se algum deles poderia afetar o 2019-nCoV, os cientistas começaram a trabalhar comparando sequências do código genético do novo vírus com sequências do vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), o coronavírus da epidemia que ocorreu em 2002 e 2003. Com base nessa comparação, o laboratório reconstruiu em computador um modelo tridimensional das proteínas de superfície do novo vírus.

Modelo 3D

Essas proteínas são pedaços do vírus aos quais drogas podem se ligar para atacar o patógeno. Então, Xu e seus colegas começaram a testar o encaixe do modelo 3D das drogas candidatas no modelo 3D de uma proteína específica do vírus, a protease M, uma molécula que o vírus usa em seu processo de reprodução.

Como a sequência genética do 2019-nCoV para essa proteína é bastante similar à sequência análoga do vírus da Sars, os cientistas ganharam confiança de que estavam trabalhando num modelo tridimensional correto.

Após uma triagem inicial, Xu e seus colegas selecionaram 15 drogas com maior potencial de eficácia e foram excluindo algumas até chegarem num grupo de quatro. Essas quatro moléculas foram então analisadas com técnicas químicas mais sofisticadas, até que se chegou ao resultado final.

“O nelfinavir foi a melhor”, escrevem os cientistas. “Sugerimos que o nelfinavir pode ser um potencial inibidor da protease M do 2019-nCoV.”

Por Agência O Globo

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