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01 maio 2024

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Ex-prefeito de Manaus e rival de Bolsonaro, Arthur põe a mão no fogo por Eduardo Pazuello

Para o tucano, Pazuello não pode ser responsabilizado pela falta de oxigênio em Manaus, mesmo sendo na época o ministro da Saúde
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Manaus – O ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), passou o pano, na tarde desta terça-feira (18), para o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde na gestão de Bolsonaro (sem partido). Para o tucano, Pazuello não tem culpa no cartório quando o assunto é falta de oxigênio para Manaus durante a segunda onda da pandemia da Covid-19, no Amazonas. A falta da substância gasosa para uso medicinal em hospitais da capital Manaus e do interior do Estado dizimou milhares de vidas.

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Manaus foi a primeira capital brasileira a ser fortemente abalada pelo novo coronavírus. Em abril e maio de 2020, a cidade passou por uma explosão no número de casos, com superlotação de cemitérios e tendo que enterrar centenas de corpos diariamente em valas abertas nos cemitérios.

No pico da pandemia, em Manaus, corpos eram enterrados em valas abertas nos cemitérios – foto: Bruno Kelly/Reuters

Em janeiro deste ano, durante a crise de oxigênio, o consumo da substância chegou a 76,5 mil metros cúbicos por dia, ou seja, um total de 51,5 mil metros cúbicos a mais do que o planejamento dos fornecedores, que estavam acostumados a fornecer a média do consumo diário de 14 mil metros cúbicos.

Documentos enviados pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) dão conta de que o Ministério da Saúde foi informado, seis dias antes da crise em Manaus, sobre o problema da falta de produção de oxigênio em alta demanda no Amazonas.

Demanda por oxigênio leva a fila gigante em frente a fábrica de Manaus
Demanda por oxigênio leva a fila gigante em frente a uma das fábricas de fornecimento da substância em Manaus – Foto: Divulgação

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Naquele mesmo mês [janeiro], Pazuello esteve em Manaus, mas ao invés de oxigênio, trouxe na bagagem cloroquina e ivermectina, que não têm eficácia comprovada pela medicina no tratamento da Covid-19.

O prefeito de Manaus, Arthur Neto, testou positivo para o novo coronavírus no mês de junho do ano passado, mas, ao invés de tratamento em Manaus, viajou em julho, acompanhado da amada, Elisabeth Valeiko Ribeiro, em um jatinho para São Paulo, onde recebeu tratamento especial e de primeira qualidade por um mês no Hospital Sírio-Libânes.

Arthur Neto viajou em um voo particular rumo a São Paulo
Arthur Neto viajou em um voo particular rumo a São Paulo, onde teve tratamento especializado contra a Covid-19 – Foto: Estadão

Na unidade de saúde, uma diária em um quarto simples custa R$ 750, enquanto que na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) é de R$ 2.133. Uma internação que inclua dez dias de UTI e mais uma semana no quarto não sai por menos de 27 mil. Levando em conta esse valor e o tempo de internação na unidade, o tratamento de Arthur não custou menos de R$ 81 mil, sem contar o valor gasto com o translado Manaus/São Paulo/Manaus de Arthur e sua acompanhante.

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Mesmo diante de todos os fatos ligando Pazuello à falta de assistência imediata com oxigênio para Manaus, o ex-prefeito da capital amazonense – que desativou o hospital de campanha montado em sua gestão, em parceria com a rede privada de saúde Samel, em junho de 2020 – saiu em defesa, com unhas e dentes, do general amigo de Bolsonaro.

A desativação do Hospital de Campanha Gilberto Novaes foi considerada, na época, precoce por profissionais de saúde, epidemiologistas e políticos, pois se continuasse ativo poderia ter ajudado a salvar centenas de vidas durante a segunda onda da Covid-19 em Manaus.

Hospital de Campanha Gilberto Novaes, desativado pela Prefeitura de Manaus após o primeiro pico da pandemia – Divulgação

A própria direção da Samel criticou o fechamento da unidade de saúde, que operava em uma escola, e denunciou à época, na imprensa local, o bloqueio de equipamentos cedidos à Prefeitura de Manaus no tratamento de pacientes. O hospital estava equipado com tomografia, laboratório e 180 leitos, adaptados com a “Cápsula Vanessa”.

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