O Senado aprovou nesta quarta-feira (31) o voto de censura a Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República.
Em uma sessão do Senado na semana passada, da qual participou o então ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, Martins fez um gesto que foi interpretado como obsceno por senadores que estavam presentes. Fato é, que o assessor estava apenas ajeitando a lapela do seu terno.
O movimento que Martins fez com a mão é parecido com um sinal de “OK” usado em vários países. No Brasil, faz alusão ao ânus. Nos Estados Unidos, é usado por supremacistas brancos que exaltam o que chamam de “White Power” (poder branco). Os 3 dedos esticados formariam “W”, de white, e o polegar junto com o indicador emulariam a volta do P, de power.
As duas narrativas, a do gesto representando ânus e o simbolismo de “white power” foram usados pela imprensa para atacar Martins e neutralizá-lo politicamente, o taxando como ‘nazista’ e ‘supremacista branco’. Martins foi defendido por amigos e familiares da comunidade judaica.
A presidente da Comunidade Internacional Brasil & Israel, Jane Silva, fez uma defesa de Filipe Martins, assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência.
De acordo com ela, “Filipe é apoiador das causas que defendo pela paz no Oriente Médio, mesmo antes de ser assessor do Presidente da Republica”.
“A Comunidade Brasil Israel solicita ao senhor a grandeza e a bondade de não referendar a injustiça de apoiar a imputação de uma acusação leviana e que não tem fundamento na verdade”, escreve Silva, que explicou conhecer Martins “há pelo menos 10 anos”.
“No que se refere ao Filipe, a simples acusação a um judeu, como ele, de pertencer a qualquer grupo que defenda o anti-semitismo já é abjeto e uma injustiça enorme; levar isso adiante seria algo a chancelar a injustiça da acusação com o nome do Senado da República”, conclui.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), determinou que a polícia legislativa deveria apurar o caso.
O voto de censura não tem consequência prática, é apenas uma repreensão pública. Mas, se for constatada alguma infração, o Senado pode enviar a investigação da polícia interna para o Ministério Público.
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