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Flanelinha conquista casa e sustenta família há 20 anos com dinheiro ganho na rua

Não existe uma lei que impossibilite ou dê liberdade para atuação dos flanelinhas
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(Fotos: Douglas Benício)

Em todas as zonas de Manaus encontramos flanelinhas auxiliando para estacionar, limpar e cuidar de automóveis. Esses serviços geralmente não são regulamentados e, por esse motivo a população, na sua maioria, resiste a esses trabalhadores que estão nas ruas a procura de um motorista para ganhar dinheiro.

Nossa equipe andou pela cidade e encontrou o flanelinha Anderson Custódio Tavares, de 34 anos. Ele é natural de Porto Velho – Rondônia e veio para a capital amazonense ainda criança. Já atua como flanelinha há mais de 20 anos na rua do Comércio, bairro Parque 10, Zona Centro-Sul, e conta com orgulho tudo que conseguiu conquistar na vida cuidando de veículos.

“Graças a Deus meu ganha pão é garantido desse serviço. Consegui comprar minha casa, meus móveis e tudo que tenho com o dinheiro daqui da rua do Comércio. E nós aqui somos organizados, cada um tem seu espaço, seus clientes, seu horário e por essa confiança dos comerciantes e dos motoristas, conseguimos seguir em frente com esse trabalho digno” disse.

Anderson falou ainda sobre o preconceito que muita gente tem sobre os flanelinhas. E que ele é a prova viva de que nem todos os guardadores de carros querem dinheiro para usar com coisas indevidas

“Eu estou todos aqui para levar o sustento para dentro da minha casa. Sou casado, tenho meus filhos, sou evangélico, então não tenho motivos para ganhar dinheiro para me drogar, beber ou comprar coisas ilícitas. Sou flanelinha porque preciso”, completou.

E ainda ressaltou que sonha em sair da rua pois almeja ter uma aposentadoria e aproveitar a vida após tantos anos ajudando a manobrar carros e fidelizar uma clientela.

“Fiz amizades nesses 20 anos, tenho clientes que me dão R$100, no final do ano ganho cesta básica, roupas, sapatos, mas mesmo assim pretendo terminar meus estudos, garantir um emprego fixo e me aposentar para aproveitar o resto da vida”, finalizou Anderson.

O outro lado da flanela

Mesmo tendo pessoas que paguem pelo serviço dos flanelinhas, existe aqueles que não concordam essa atividade, como é o caso do Adriano Fadoul, de 38 anos. Ele é permissionário no Mercado Adolpho Lisboa, no Centro Histórico de Manaus, convive com os flanelinhas há anos e diz não concordar com a maneira que a categoria usa para ganhar dinheiro.

“Pra mim os flanelinhas fazem um trabalho preguiçoso e precisam de um trabalho formal. É muito fácil ficar reparando carros em um espaço que é público. E muitas vezes se não pagar esses danificam o carro, ameaçam, então pra mim isso é totalmente errado”, contou o feirante.

Adriano mencionou ainda sobre a preço abusivo que obrigam o motorista a pagar e sobre a possibilidade de um projeto de lei para resolver o problema dos flanelinhas na rua.

“Dependendo de quanto cobram por pessoa, eles saem com mais de R$200 por dia, ganham muito mais que a gente que precisa de muita burocracia para trabalhar. Eles não pagam luz, nem água e nem autorização para atuar. A Prefeitura deveria resolver essa situação. A rua nem parece mais um espaço público e sim privado”, disse.

Flanelinha Legal

Há mais de um ano foi criado um projeto chamado “Flanelinha Legal”, que tem como objetivo fardar e identificar os flanelinhas que fazem parte da Associação dos Guardadores e Lavadores Autônomos de Veículos do Amazonas (Aglavam) e evitar que outras pessoas se passem por esses profissionais e se aproveitem para ganhar dinheiro de maneira indevida, prejudicando a categoria.

Essa iniciativa é da Polícia Militar, que orienta os 985 guardadores registrados na Aglavam. Eles atuam em bairros da Zona Sul e Centro da capital, e ter o controle de como está sendo feito esse trabalho nas ruas.

Jhonata Lobato

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