Brasil – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se defender das acusações de tentativa de golpe de Estado e atacou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante manifestação realizada neste domingo (29), na Avenida Paulista, em São Paulo. Ao discursar no ato intitulado “Justiça Já”, Bolsonaro afirmou que “jamais passaria a faixa para um ladrão”, referindo-se à sua ausência na cerimônia de posse presidencial após a derrota nas eleições de 2022.
Defesa e crítica durante discurso
Em tom de justificativa, Bolsonaro alegou que promoveu uma transição pacífica de governo, com apoio de Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente atual e responsável pela equipe de transição. “Fizemos uma transição pacífica, elogiada até por Alckmin”, afirmou.
Segundo ele, o fato de ter nomeado dois comandantes das Forças Armadas a pedido do governo Lula seria prova de que não havia plano golpista. “Quem quer dar golpe nomeia comandantes a pedido do governo opositor?”, questionou.
Negativa de envolvimento em golpe e ataque à esquerda
Na mesma linha, Bolsonaro criticou o inquérito que o investiga no Supremo Tribunal Federal (STF) e rejeitou a acusação de abolição do Estado Democrático de Direito. “Me processam por uma fumaça de golpe”, afirmou, comparando com acusações mais pesadas enfrentadas por Lula no passado.

Ele também tentou transferir a responsabilidade pelos atos do 8 de janeiro de 2023 à esquerda: “Os atos não foram obra nossa. Foi armação da esquerda”, insinuou, contrariando investigações que apontam envolvimento de bolsonaristas na invasão aos prédios dos Três Poderes.
O ato deste domingo marca a sexta mobilização convocada por Bolsonaro desde o fim de seu mandato. No entanto, os números mostram uma queda expressiva na adesão popular. Dados do Monitor do Debate Político da USP (Cebrap) apontam que as manifestações bolsonaristas vêm perdendo força desde fevereiro de 2023, quando cerca de 185 mil pessoas compareceram à Paulista.
Em abril deste ano, o público caiu para cerca de 45 mil. Já no último ato, neste domingo (29), não houve estimativa oficial, mas imagens aéreas indicaram uma participação modesta, mantendo a tendência de queda.
Contexto judicial
Bolsonaro é investigado pela Procuradoria-Geral da República por cinco crimes relacionados a um suposto plano golpista, entre eles tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e deterioração de patrimônio público. O processo está em andamento no STF.
“Se concorrer, perde de novo”
Em mais um capítulo da já conhecida rivalidade política nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez questão de prever o futuro político de Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista a rádios de Minas Gerais nesta quarta-feira (05), Lula declarou que, caso a Justiça permita a candidatura do ex-presidente em 2026, o resultado será o mesmo de 2022: derrota.
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