Kelly Melo de Almeida, mãe da bebê de um ano que morreu em 2018 após comer um bolo de chocolate com droga, foi inocentada em um júri popular. O julgamento ocorreu na última sexta-feira (23), no Tribunal do Júri de Manoel Urbano, no interior do Acre.
A pequena Kethelly Katrinny morreu no dia 25 de abril de 2018 após comer um bolo de chocolate feito de massa pronta pela mãe. À época, a Polícia Civil da cidade informou que outros dois parentes da criança também comeram a sobremesa e passaram mal.
O G1 não conseguiu contato com a mãe, nem com o advogado dela até a última atualização desta reportagem.
A perícia comprovou que o bolo que a menina comeu antes de morrer tinha entorpecente, segundo a Polícia Civil. A droga foi identificada em uma massa pastosa encontrada no material estomacal da menina.
“No conteúdo estomacal conseguimos identificar inequivocamente a presença do THC, que é o princípio ativo da cannabis sativa, a maconha. Recebemos amostras de urinas e sangue de outras duas vítimas, que, segundo o documento de requisição, são vítimas do mesmo caso, e nessas amostras também identificamos, preliminarmente, a presença de THC e outro canabinol derivado da maconha”, explicou o perito criminal do Instituto Florense do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), Giulliano Cezarotto, na época.
A informação da absolvição da mãe foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Acre. Segundo o TJ, a jovem que teria preparado o bolo usando entorpecentes foi inocentada por quatro a dois dos votos do júri. E o Ministério Público Estadual (MP-AC) desclassificou o caso como sendo homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Relembre o caso
O bolo que a menina comeu seria levado para o pai da criança, que estava preso no Presídio Evaristo de Morais, em Sena Madureira, cidade vizinha. Segundo a polícia, a mulher colocou o bolo em cima da mesa, a criança puxou uma cadeira e comeu alguns pedaços.
O bebê foi levado para o hospital após começar a passar mal ainda em casa. À polícia, a mãe afirmou que não daria o bolo para a filha, mas ela subiu em uma cadeira e pegou uns três pedaços. Depois que a criança comeu, outros adolescentes também comeram o bolo e passaram mal.
Intoxicação
O médico que atendeu a criança na Unidade Mista de Manoel Urbano, Julio Andres Antezana, explicou, na época, que a causa da morte foi intoxicação alimentar e pneumonia química. Ele contou que a menina chegou com vômito, dores fortes abdominais e sonolenta.
“O caso é de intoxicação alimentar, agora onde está o tóxico, o que foi esse tóxico, eu não sei. Não sei explicar, não sabemos como a criança teve acesso a isso”, disse.
Ele confirmou ainda que dois adolescentes chegaram com os mesmos sintomas de dores abdominais e vômito na unidade, mas que não sabia da relação com o caso da menina.
“O que posso falar, clinicamente, é que foi um caso de intoxicação que ocorreu por um acidente indesejável, quando os pais por um descuido não viram que a filha teve acesso. Tecnicamente, foi isso que aconteceu”, explicou.
Com informações do G1.
Foto: Reprodução