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Médicos detectam coronavírus em placenta de bebês recém nascidos

Testes mais extensos de várias amostras indicaram que o vírus passou do sangue da mãe para a placenta
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(Foto: Reprodução / Istoé)

Uma pesquisa publicada na última sexta-feira (10), no The Pediatric Infectious Disease Journal, por cientistas do Estado norte-americano do Texas, apontou vestígios do coronavírus na placenta, o que “sugere fortemente” que um bebê que testou positivo para Covid-19 contraiu a doença ainda no útero, e não durante ou após o nascimento.

Essa é considerada a “evidência mais forte até agora” de que é possível uma transmissão intrauterina da doença, dizem os pesquisadores do Centro Médico do Sudoeste da Universidade do Texas, em Dallas. Segundo o jornal Daily Mail, o bebê nasceu prematuro, após 34 semanas de gestação, de parto normal. As identidades da menina e da mãe não foram divulgadas.

A bebê nasceu bem, mas foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva por causa do quadro de coronavírus da mãe. No dia seguinte, seu estado de saúde piorou e a criança começou a ter dificuldades para respirar e febre. Ela não chegou a precisar de ventilação mecânica.

Estudo francês reforça tese

Em outra publicação científica, a “Nature Communications”, médicos franceses apontaram um caso ocorrido na França em que um bebê também aparenta ter nascido contaminado pelo Sars-Cov-2, em março deste ano. A mãe, de 23 anos, recebeu alta seis dias depois do parto, e o menino, que nasceu no final de março, recebeu alta em 18 dias e também está bem.

A grávida foi internada no hospital universitário Antoine-Béclère, em Paris, com oito meses completos de gestação, porque apresentava tosse severa e febre de 38,6 °C. Até então, ela não havia apresentado problemas na gestação. Testada para Covid-19, ela teve a doença confirmada em amostras colhidas no sangue, narinas e na vagina. Com isso, o parto foi realizado em uma câmara esterilizada e amostras do líquido amniótico colhidas durante cirurgia também apresentaram contaminação pelo coronavírus.

Por causa do anestésico utilizado na parturiente, o bebê precisou receber entubação para oxigênio. Ele teve amostras de sangue e do líquido pulmonar da criança também testaram positivo para a Covid-19. Após apresentar espasmos e irritablidade nos dias seguintes, o bebê se recuperou.

Os testes levaram os médicos a deduzir que a mãe, infectada pelo coronavírus, tenha contaminado a placenta, iniciando aí a passagem da doença para a filha. Apesar dos indícios, a falta de regularidade das amostras impedem que o caso seja considerado uma certeza. Além disso, outros casos semelhantes resultaram em testes negativos ou, no máximo, em indícios de anticorpos específicos, mas não apresentaram sinais do vírus.

Transmissão vertical

Desde o começo da pandemia, a hipótese de transmissão vertical é levantada. Com as novas descobertas, os cientistas dizem que a hipótese não pode ser descartada.

“Nosso estudo é o primeiro a documentar a transmissão intrauterina da infecção durante a gravidez, com base em evidências imuno-histoquímicas e ultraestruturais da infecção por SARS-CoV-2 nas células fetais da placenta”, afirmou ao Daily Mail a Dra. Amanda Evans, uma das autoras do estudo.

Da Redação com informações da revista IstoÉ e Folha de Pernambuco

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