Brasil – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, pelo menos 40 vezes. Segundo o documento, Bolsonaro teria sido o responsável por potencializar a divisão política no Brasil.
Mesmo com todas as citações, Bolsonaro foi inocentado, pois segundo o documento, não há evidências que apoiem as alegações. Ou seja, ele não teria planejado ou executado, nos atos de 8 de janeiro de 2023, um golpe de Estado no Brasil.
Ainda segundo o documento, o ex-presidente teria adotado uma postura beligerante, liderança provocativa, retórica agressiva durante o seu governo. E também: “Reiterando, sistematicamente, sobre a possibilidade de fraude às urnas eletrônicas”, reforçou o texto.
“O ex-presidente anunciou em uma de suas lives que apresentaria provas de suas acusações, o que nunca aconteceu. Noutra ocasião, distorceu informações de um inquérito policial da Polícia Federal alegando, incorretamente, que o Tribunal Superior Eleitoral havia reconhecido ‘invasão hacker as urnas’”, iniciou.
“Com esse roteiro, Bolsonaro conseguiu instalar, em seus eleitores, uma visão simplificada da realidade política criada, em parte, pela desinformação”, afirma o documento. “Estabelecendo uma dicotomia entre princípios e valores positivos e negativos ele moldou, em seus seguidores, a percepção de que sua não reeleição seria fruto do cenário por ele mesmo delineado durante todo seu mandato”.
A CPI dos Atos Antidemocráticos está andamento há nove meses, onde foram ouvidas 30 pessoas entre fevereiro e novembro. Foram colhidos depoimentos de autoridades, como ex-ministros, generais, membros da alta cúpula da Polícia Militar do DF (PMDF) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e de figuras-chave da tentativa de golpe, como lideranças e financiadores.
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