Manaus – O depoimento de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, diante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, gerou muitas emoções nesta quarta-feira (12).
Wajngarten chegou a sofrer ameaça de prisão durante a reunião, em coro puxado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI. Porém, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, discordou da opinião do colega.
Segundo Omar Aziz, o caso não deve ser jogado para a plateia que deseja vingança no momento atual.
“Pauto minha trajetória pela justeza, coerência e retidão. Como presidente da CPI, não posso jogar para a plateia que quer vingança. Por isso, encaminhei o depoimento de Fábio Wajngarten para que o Ministério Público abra devido processo legal caso comprove-se falso testemunho”, falou.
O ex-governador do Amazonas chegou a sofrer algumas críticas nas redes sociais, muitas dizendo que “amarelou” diante do pedido de prisão contra o ex-secretário. Mas o senador rebateu os comentários dos internautas.
“Não sou de amarelar. E nem me intimidar. Só agi com justeza e equilíbrio. Vamos em frente. Ainda tem muita coisa a ser esclarecida nessa CPI”, reitera.
Caça às bruxas
Desde o início da CPI, Omar Aziz sempre deixou claro que o objetivo da CPI não é perseguir ninguém, mas sim, buscar esclarecimentos a respeito do combate da pandemia no Brasil.
Vale ressaltar que a CPI da Covid vai investigar as ações do Governo Federal, governadores e prefeitos, buscando informações sobre a forma que se comportaram diante da ameaça do vírus.
Omar Aziz assegurou que o trabalho da Comissão é buscar Justiça pelas pessoas que morreram vítimas da doença.
“Procuro Justiça pelos 425 mil mortos pela COVID e não vingança. E Justiça, a meu ver, são duas vacinas para cada Brasileiro (…) É preciso muito equilíbrio na condução da presidência. Fiz o que achei mais correto para o bom desempenho dos trabalhos. Muita água ainda há de rolar sob essa ponte”, reitera.
Castigo
Durante a reunião, Omar Aziz chegou a dizer que prisão seria o “menor castigo” para Fábio Wajngarten. O ex-secretário trouxe informações que podem escrever novos capítulos nos próximos dias.
“Em relação ao senhor Wajngarten: a prisão seria o menor castigo que você vai sofrer na vida porque hoje aqui você não ficou bem com ninguém. Você trouxe uma contribuição que ninguém trouxe. Então, você não agradou ao governo. A ninguém você agradou aqui. Então, você vai sofrer. A prisão não seria nada mais terrível do que você perder credibilidade, confiança e o legado que construiu. Eu te aconselho quando for chamado para falar sobre o que aconteceu hoje, fale a verdade”, falou.
Leia também: Integrantes do MP buscam apoio para barrar propostas que enfraquecem o poder de investigação do órgão