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‘Nas relações exteriores é preciso ter mais cuidado’, diz Boric após Bolsonaro destacar abstenção na eleição chilena

Nesta sexta-feira, quando foi tomar sua dose de reforço da vacina contra a Covid, Boric afirmou que "não vi [os comentários de Bolsonaro], vamos analisar depois
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O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, e a presidente da Convenção Constitucional do Chile, Elisa Loncon, após reunião no Congresso Nacional em Santiago Foto: Javier Torres/ AFP

O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, respondeu nesta sexta-feira o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, cujo governo parabenizou Boric pela vitória nas eleições apenas na quinta-feira — quatro dias após o resultado do pleito —, dizendo que “nas relações exteriores é preciso ser um pouco mais cuidadoso” e que “claramente somos muito distintos”.

Em uma nota curta que não foi assinada por Bolsonaro, o Itamaraty disse que “faz votos de êxito no desempenho de seu mandato”, reafirmando a “solidez dos laços de amizade e cooperação” entre os dois países. Ao contrário do presidente brasileiro, quase todas as lideranças da América do Sul parabenizaram Boric quase que imediatamente.

Em sua live semanal também na quinta-feira, Bolsonaro fez uma menção rápida sobre Boric, da esquerda, que derrotou o candidato de extrema direita José Antonio Kast com 55,9% dos votos no domingo. Com mais de 4,6 milhões de votos, o político se tornou o presidente mais votado na História do Chile. A participação, de 55%, foi também a mais alta em um segundo turno no país desde que o voto deixou de ser obrigatório, em 2012.

— No Chile, praticamente metade da população se absteve, não foi votar. E a outra metade foi votar, deu 55% para o tal do Boric e 45% pro Kast. Acabei agora há pouco, apresentar aí os cumprimentos formais ao presidente eleito do Chile e a posse será em março do ano que vem — disse Bolsonaro na live.

Nesta sexta-feira, quando foi tomar sua dose de reforço da vacina contra a Covid, Boric afirmou que “não vi [os comentários de Bolsonaro], vamos analisar depois. Acho que devemos ter relações institucionais”.

— Não vou fazer declarações bizarras, acho que nas políticas de Estado e nas relações exteriores é preciso ser um pouco mais cuidadoso — disse o presidente eleito do Chile. — É claro que somos muito diferentes.

Análise: Eleição de Boric, presidente mais votado da História do Chile, trouxe à memória plebiscito que marcou fim da ditadura de Pinochet

Nas eleições chilenas, Kast admitiu sua proximidade com o ideário de Bolsonaro no Brasil. Por outro lado, apoiadores de Boric usaram imagens do presidente brasileiro para criticar Kast.

No Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, chegou a comparar Boric com o presidente venezuelano Nicolás Maduro ao comentar uma publicação do jornal argentino Clarín.

“As publicações do próprio Gabriel Boric não me permitem mentir sobre sua admiração e defesa da narcoditadura de Maduro”, escreveu Eduardo. “Você não acha que é injusto chamar Kast de ‘ultradireitista’ e não qualificar Maduro pelo menos como um traficante de drogas que ele é?”.

Com informações de O Globo

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