Manaus (AM) – Mais ou menos 40% dos 202 deputados federais eleitos pela primeira vez para a Câmara Federal foram alvos de processos ou de investigações nos últimos anos, por suspeitas que envolvem desde calúnia até homicídio, é o que mostra um levantamento feito pela Folha de São Paulo. No Amazonas, dois dos quatro eleitos para um primeiro mandato se enquadram nessa lista, são eles Adail Filho (Republicanos) e Saullo Vianna (União Brasil).
Adail e o suposto desvio de mais de R$ 100 milhões em Coari
Adail Filho, que é ex-prefeito de Coari, foi preso em 2019 na Operação Patrinus que investigava suspeitas de cobrança de propina para a quitação de débitos com a prefeitura de até 30% para fornecedores que não recebiam da prefeitura.
À época, o Ministério Público afirmou que em dois anos houve desvio de mais de R$100 milhões por suposta organização criminosa comandada por ele. Até julho deste ano, havia processos sigilosos a respeito de Adail que tratavam de suspeitas de formar organização criminosa para emprego irregular de verbas públicas e de peculato. Segundo a Justiça, os processos não tinham decisão. Procurada, a defesa de Adail disse que o ex-prefeito não responde mais pelos processos.
Outro escândalo que envolve o deputado eleito é que em 2020 ele foi reeleito para o cargo de prefeito, mas a eleição descumpriu uma regra estabelecida pelo TSE, de que não é possível haver um terceiro mandato consecutivo do mesmo núcleo familiar. Isso acontece porque o antecessor de Adail Filho, foi seu próprio pai, Adail Pinheiro que já tinha governado a cidade por dois mandatos (2001 a 2004 e de 2005 a 2008).
Saullo, preso em 2018 também foi alvo de operação do MP em 2021
Saullo Vianna (União Brasil), terceiro deputado federal mais votado do Amazonas no pleito de 2022 (com 127.287 votos) foi preso em 2018, no mesmo ano em que foi eleito deputado estadual. Vianna ficou na sede da Polícia Federal em Manaus de 7 a 12 de dezembro. Ele foi alvo de inquérito sob suspeita de estelionato. A investigação que tramitava a respeito do deputado federal eleito também está sob segredo de Justiça e, segundo sua assessoria jurídica, foi arquivada sem ele ter sido denunciado.
Em fevereiro do ano passado, o Ministério Público cumpriu 13 mandados de busca e apreensão durante a operação Cachoeira Limpa que teve como objetivo levantar provas que comprovem os crimes de fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa. De acordo com o órgão, Saullo, o então prefeito de Presidente Figueiredo Romeiro Mendonça (2017 a 2020) e outros investigados teriam causado um prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres públicos.
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