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Novo hit de Israel e Rodolffo é acusado de ‘apologia ao estupro’; entenda

Para a psicanalista Manuela Xavier, a frase dá a entender que se a mulher for estuprada a culpa é dela
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Israel e Rodolfo minimizaram as reclamações na internet (Foto: Divulgação)
Israel e Rodolfo minimizaram as reclamações na internet (Foto: Divulgação)

“Cê não vai me iludir de graça. Me atiçou, vai ter que dar uma namorada.” Este é um dos trechos da música ‘Dar uma Namorada’, da dupla Israel e Rodolffo, que após ser lançada recebeu críticas de mulheres que apontaram que a letra faz apologia ao estupro.

A psicanalista Manuela Xavier publicou um desabafo em sua conta no Instagram e cobrou um posicionamento da gravadora Som Livre. “Esse é um vídeo de silêncios. Não posso pronunciar a palavra €$tu.pr*. Vejam bem, eu, uma mulher, não posso fazer uma denúncia sobre a cultura do $stu_pr* que faz uma de nós vítima a cada 8 minutos; mas Israel e Rodolffo, dois homens brancos, podem cantar que “me atiçou vai ter que dar uma namorada”.
Deixe aqui um “.” caso você tenha sofrido algum tipo de v!*l3nc14 çeqssual e escreva “estamos juntas” pra que a gente saiba que não estamos só.
E que a @somlivre tome alguma providência.

“Cê não vai me iludir de graça. Me atiçou, vai ter que dar uma namorada. Cê não tá querendo rolo, então não caça. Me atiçou, vai ter que dar uma namorada”.

Para a psicanalista, a frase impositiva dá a entender que se a mulher for estuprada a culpa é dela, porque ela atiçou. O clipe já foi visto mais de 1 milhão de vezes em menos de 6 horas após o lançamento.

O cantor Rodolfo respondeu que Manuela exagerou com o comentário. “a gente faz música para homem e para mulher”, e que portanto a letra é unissex. O cantor ainda disse que o hit é “uma música alegre, descontraída, para as pessoas se divertirem cantando. Rodolfo ainda fez uma publicação comemorando a quantidade de acessos. “Vai ser 4.000.000 em dois dias!’

“Já um dos autores da canção, Ciro Neto, postou em seu Twitter que a reclamação é “mimimi”.

No artigo 213 do Código Penal, está escrito que constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça — como apontar uma faca —, a ter conjunção carnal ou a praticar ato libidinoso é estupro, com pena de 6 a 10 anos de prisão. E fazer apologia a um crime é justamente defender, justificar ou elogiar ele.

Já quando o ato libidinoso ou sexo é feito com menor de 14 anos ou ainda com alguém que não tem discernimento e não consegue oferecer resistência — no caso de embriaguez ou enfermidade —, é crime de estupro de vulnerável e constitui pena de 8 a 15 anos de prisão.

E quando a pessoa consente a conjunção carnal ou pratica ato libidinoso com alguém porque acreditou que assim se livraria de alguma enfermidade, conforme aconteceu no caso João de Deus, aí tem-se a violação sexual mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. A pena é de reclusão, de 2 a 6 anos.

Numa decisão mais recente no país, de 2018, a importunação sexual é praticar ato sexual ou libidinoso contra alguém com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. Exemplo: passar a mão no corpo da mulher sem a sua anuência, ou ejacular nela num transporte público.

O prazo de prescrição para o crime de estupro varia de acordo com a forma que o crime foi praticado, podendo chegar a 20 anos, no caso em que a vítima foi agredida quando era menor de idade. Então o tempo é contado a partir do ano em que ela completa os 18 anos.

Reclamações tomaram conta da internet após a divulgação da nova música de Israel e Rodolffo

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