BRASÍLIA – O segundo dia de depoimento do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde no Governo Bolsonaro, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (20). Na ocasião, quem abriu a rodada de perguntas foi o senador Eduardo Braga (MDB), que contou com o apoio do presidente Omar Aziz (PSD) nos questionamentos.
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Braga questionou o ex-ministro se ele é a favor do uso de máscaras e a resposta foi “sim”. Na ocasião, o senador Eduardo Braga então usou como exemplo a visita de Eduardo Pazuello a Manaus, em que foi flagrado no dia 25 de abril deste ano sem o item de proteção em um shopping center na Zona Centro-Sul da capital amazonense.
Pazuello então se defendeu dizendo que foi ao shopping acompanhado da filha, mas acabou esquecendo a máscara no estacionamento.
“A máscara acabou caindo no chão e eu pisei, então ela ficou inutilizável. Com isso, minha filha acabou entrando no centro de compras e eu a segui. Perguntei então para uma funcionária do shopping, que estava medindo a temperatura do corpo dos clientes na entrada, onde eu poderia comprar uma máscara, pois eu estava sem. Ela autorizou a minha entrada e orientou onde eu poderia adquirir o item”, justificou Pazuello.
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TrateCov
Na ocasião, Braga questionou também o por quê de o Ministério da Saúde, na gestão de Pazuello, não ter tomado para si a gestão da saúde no Amazonas durante o pico da segunda onda da Covid-19. O ex-ministro então respondeu que a competência cabia ao Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus.
O ex-ministro também foi questionado sobre TrateCov, uma ferramenta lançada pelo Ministério da Saúde e usada em Manaus. Segundo Omar e Braga, o governo Bolsonaro usou Manaus como cobaia para testes no aplicativo.
O ex-ministro então se defendeu afirmando que o aplicativo foi hackeado e lançado por um hacker. No entanto, no próprio projeto-piloto da ferramenta havia a informação de que a cidade de Manaus foi, de fato, a escolhida para testes da ferramenta na Atenção Primária à Saúde (APS).
Pazuello disse que o objetivo do programa era auxiliar o diagnóstico médico da covid-19 e que tratava-se apenas de um protótipo, mas um ataque hacker fez com que a plataforma ficasse disponível. Senadores contestaram. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) citou documento de 6 de janeiro, assinado por Pazuello, que permitia a disponibilização do TrateCov.
Ouça abaixo o trecho em que o ex-ministro é questionado sobre o TrateCov:
Acompanhe abaixo o depoimento de Eduardo Pazuello no segundo dia de depoimento na CPI da Pandemia:
TEXTO: ISAC SHARLON
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