A Polícia Federal intimou o presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento sobre o vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por ser presidente da República, Bolsonaro tem a prerrogativa de escolher data, horário e local para o seu depoimento. Por isso, o agendamento depende de uma resposta do Palácio do Planalto à PF.
Bolsonaro é investigado por ter divulgado as informações sigilosas durante uma transmissão ao vivo feita por ele para propagar notícias falsas às urnas eletrônicas e ataques ao sistema eleitoral brasileiro, em agosto. Dentro dessa transmissão, Bolsonaro divulgou o inquérito sigiloso para tentar lançar suspeita sobre as urnas eletrônicas, embora o ataque hacker apurado pela PF não tenha afetado as urnas.
Essa investigação contra o presidente foi aberta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após um pedido do próprio TSE, e também mira o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) e o delegado responsável pelo inquérito do ataque hacker, Victor Neves Feitosa Campos, que foi afastado do caso por ordem de Moraes.
O depoimento de Bolsonaro deve ser uma das últimas diligências antes de encerrar a investigação. Será a segunda vez em que o presidente terá que prestar depoimento à PF. No mês passado, ele foi ouvido em um inquérito que apura supostas interferências indevidas na PF.