Uma série de reportagens publicadas pelo Bureau of Investigative Journalism em parceria com a as agências Stat e Ojo Publico mostra que contratos da farmacêutica Pfizer com países como Brasil, Argentina e África do Sul faziam exigências de bens estatais (como prédios de embaixadas e bases militares) como garantia para compra de vacinas contra a covid-19. A exigência não foi feita no contrato com os EUA.
O conteúdo das reportagens do Bureau of Investigative Journalism reforça a narrativa do governo federal de que o atraso na compra das vacinas foi motivado por cláusulas contratuais.
As apurações do Bureau of Investigative Journalism embasaram editorial publicado em 24 de abril pelo jornal The New York Times em defesa da quebra de patentes de vacinas para acelerar a imunização mundial. Leia aqui, em inglês (para assinantes).
O senador Humberto Costa (PT-PE) questionou o porta-voz da Pfizer, que negou: “A Pfizer exigiu a todos os países as mesmas condições que exigiu para o Brasil”.
Carlos Murillo possivelmente mentiu, pois a investigação citada teve acesso a contratos e constatou a diferença. A resposta não foi questionada pelo senador, deixando o dito pelo não dito.
Ninguém pediu a prisão do representante da farmacêutica, como foi feito com o ex-secretário de Comunicação do Governo Federal, Fabio Wajngarten, na quarta-feira (12.mai). Quando são chamados na condição de testemunhas, os ouvidos pela CPI não podem mentir sob pena de serem presos.
O governo federal quebrou cláusula de confidencialidade com a farmacêutica norte-americana Pfizer ao publicar na internet o contrato assinado com a empresa para a compra de vacinas contra a covid-19. O documento foi disponibilizado no site oficial do Ministério da Saúde e ficou no ar por pelo menos 10 dias. Já não está mais acessível.
O acordo de compra de 100 milhões de doses do imunizante determina que “informações confidenciais”, como cronograma de entregas e valores das doses, não poderiam ser publicadas pelos próximos 10 anos. No documento, é possível ver o valor de US$ 10 por dose, totalizando US$ 1 bilhão.
Com informações via Poder360
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