A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputada Bia Kicis (PSL-DF), usou o Twitter na madrugada desta segunda-feira (29) para fazer uma homenagem ao PM que foi abatido por agentes do Bope com dez tiros após sofrer um aparente surto psicótico e disparar seu fuzil no Farol da Barra, em Salvador, neste domingo. Bia se referiu ao policial como “soldado herói” por ter se recusado a “cumprir ordens ilegais” do governador Rui Costa e “prender trabalhadores”.
Bia se referia ao motim da PM na capital baiana e ao descumprimento das medidas contra a Covid-19 decretadas pelo governador petista. Os disparos foram feitos por agentes do Batalhão de Operações Especiais da corporação, que tentavam demover o policial, que manuseava e acionava, em público, um fuzil e uma pistola.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), além dos tiros disparados, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas no mar. O comunicado relata que ele “alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos”. O rosto do homem estava pintado de verde e amarelo, cores da bandeira do Brasil.
Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não à s ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia arou. Chega de cumprir ordem ilegal! pic.twitter.com/g3CcqfFIwS— Bia Kicis (@Biakicis) March 29, 2021
O soldado, identificado como Wesley Góes, foi “neutralizado” e socorrido no Hospital Geral do Estado (HGE), no centro da capital baiana. Ele já chegou em estado grave e foi intubado após ter sido baleado, mas não resistiu e morreu.
Arrependimento
Bia Kicis apagou a postagem logo após uma mobilização de adversários que a acusaram de incentivo a motim. Confira:
Deputados federais reagiram às postagens da deputada Bia Kicis (PSL-DF). Kicis, que é presidente da CCJ, disse que as ordens do governador Rui Costa são ilegais e não devem ser cumpridas. Na reação, os parlamentares alegaram o desrespeito à Constituição na posição da parlamentar e defenderam que ela não tem condições de permanecer na CCJ.
Bia Kicis Pres da CCJ da Camara,prega motim de PMs em Salvador.Após um PM da Bahia ter surtado e passado a atirar colocando em risco de vida centenas de pessoas,foi contido pela própria PM e morreu.Está deputada delinquente bolsonarista precisa ser expulsa da Comissão.Criminosa!
— Ivan Valente (@IvanValente) March 29, 2021
A extremista Bia Kicis, presidente da CCJ, que já discursou a favor da intervenção militar dentro do parlamento, agora estimula um motim da PM na Bahia. Mais uma vez utiliza o cargo p/ pregar a violência contra o Estado de Direito e a Democracia. É um crime contra a Constituição.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) March 29, 2021
Dramático e triste o fato ocorrido na Bahia, que resultou na morte de policial militar.
Inexplicável a postura da presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, dep. Bia Kicis, que, na prática, estimula insurreição da PM contra o governador. https://t.co/Vut4z5dGhy
— Orlando Silva (@orlandosilva) March 29, 2021
URGENTE!
Aviso: é grave ameaça à segurança nacional o q/ o bolsonarismo tenta fazer na PM da Bahia, incentivando motim p/ q não cumpram ordens do governador de garantir medidas de proteção à Covid, após surto de policial q atirou contra o destacamento e teve que ser imobilizado— Perpétua Almeida (@perpetua_acre) March 29, 2021
Lamentável: bolsonaristas estão estimulando o motim de policiais na Bahia, como fizeram no Ceará e no Espírito Santo.
Parlamentares inconsequêntes espalham mentiras e tentam roveito político da tragédia
Atenção @STF_oficial, e @alexandre— Nilto Tatto – #ForaBolsonaro (@NiltoTatto) March 29, 2021
Como é? A presidenta da Comissão de Constituição e Justiça está estimulando… motim? E dizendo que um PM que atira contra seus próprios colegas é… herói? Aguardo posição do presidente da Câmara @ArthurLira_. Deputada @Biakicis não tem nenhuma condição de presidir a CCJ.
— Bohn Gass (@BohnGass) March 29, 2021
Leia também: “Não vou deixar, não vou permitir que violem a dignidade e honra do trabalhador”, bradou PM antes de ser baleado
