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Prefeita gera polêmica ao jogar livros no lixo; MP investiga o caso

"Porcaria, numa biblioteca aqui do nosso município, não vai ter mais não", di
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Foto: Reprodução

Brasil – O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou, nesta sexta-feira (19), uma notícia de fato para apurar o descarte de livros de uma biblioteca pública e comunitária de Canoinhas, no Norte do estado. A investigação é da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Canoinhas, responsável pela área da Infância e Juventude e Educação.

A prefeita de Canoinhas (SC), Juliana Maciel (PL), divulgou um vídeo em uma rede social nesta quarta-feira (17) em que aparece jogando livros no lixo. Segundo ela, as obras estão vinculadas a um programa do governo federal e não seriam adequadas para crianças e adolescentes.

“Eu jamais jogaria um livro no lixo, mas porcaria, numa biblioteca aqui do nosso município, não vai ter mais não”, diz ela.

Também no vídeo, a gestora afirma que as obras “Aparelho Sexual e Cia”, de Zep e Hélène Bruller e “As melhores do Analista de Bagé”, de Luís Fernando Veríssimo, eram destinadas a crianças e tinham cunho sexual. As indicações etárias dos livros, no entanto, são juvenil e adulta, respectivamente.

“Bota o adolescente, a criança, induz a coisa que não é dos valores que a gente acredita. Não é o que a família quer que ele aprenda, não é o que realmente uma criança ou até um adolescente precisa ler numa biblioteca” diz a prefeita.

No mesmo vídeo, Juliana ainda afirma que o material fazia parte de um projeto idealizado pelo governo federal. A informação foi desmentida pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

Ao final, Maciel ainda propõe que outros prefeitos façam uma varredura nas bibliotecas municipais. “Façam um pente fino nesses livros para ver se vocês também não estão sendo enganados mais uma vez por essa política do que a gente não acredita, que não prega valores para nossas crianças e nossos adolescentes”, sugere ela.

O órgão chamou, em nota pública, de desinformação notícias que veicularam a pasta ao projeto e afirmou que a biblioteca, chamada de ‘Mundoteca’, não tem vínculo com a atual gestão federal, apesar de ter sido idealizada a partir de uma política pública de incentivo.

LIVROS

Os livros foram distribuídos ao município gratuitamente pela FGM Produções, uma empresa privada que idealizou o projeto “Mundoteca” em âmbito nacional, como forma de abater no pagamento de Imposto de Renda. A empresa custeou a compra do acervo e de todo o material disponível no ambiente com recursos da Lei de Incentivo Cultural em 2018 (veja nota abaixo).

Entre as obras disponibilizadas estão as mencionadas pela prefeita: “Aparelho Sexual e Cia”, de Zep e Hélène Bruller e “As melhores do Analista de Bagé”, de Luís Fernando Veríssimo. Ambos têm indicações etárias juvenil e adulto, respectivamente.

A administração municipal confirmou que as obras são classificadas por faixa etária, no entanto, disse que os exemplares “trazem desenhos e textos de cunho sexual”, que “não tratam sobre práticas educacionais”, e que “não condizem com o que a Secretaria Municipal de Educação preza e ensina”.

A prefeitura de Canoinhas disse, ainda, que os livros não foram jogados fora, como afirma a prefeita no vídeo, mas que serão encaminhadas aos responsáveis pela criação da Mundoteca, que é a FGM Produções.

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