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Registros desmentem relato de pastor à CPI sobre reuniões no Ministério da Saúde

Por meio da Lei de Acesso à Informação, Ivan Valente (PSol-SP) foi atualizado sobre registros de visitas de intermediador das vacinas
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Registros internos do Ministério da Saúde indicam que o reverendo Amilton Gomes de Paula omitiu, no depoimento que prestou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, pelo menos uma visita às dependências da pasta no ano passado, quando facilitava a negociação de vacinas entre o governo federal e a empresa Davati Medical Supply.

Para os integrantes da CPI da Covid, o religioso destacou ter conseguido três reuniões com a cúpula do ministério apenas enviando e-mails. As audiências teriam ocorrido em 22 de fevereiro e 2 e 12 de março. Contudo, a nova informação indica registro também da visita do pastor no dia 3 de março.

O reverendo Amilton é apontado como um dos facilitadores da Davati junto ao governo federal para negociação de vacinas por meio de atravessadores. Ele era acompanhado pelos supostos representantes da empresa, Luiz Paulo Dominguetti e Cristiano Carvalho, todos investigados sobre a tentativa de venda de supostas 400 milhões de doses de vacinas Oxford/AstraZeneca para o governo federal.

As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e recebidas pelo deputado federal Ivan Valente (PSol-SP). O parlamentar questionou a pasta sobre todos os registros de entrada e saída do religioso no período investigado sobre a compra de imunizantes para a população brasileira.

Além disso, Valente também questionou o governo federal sobre o motivo das referidas visitas à sede do ministério. Também por meio da Ouvidoria, a pasta explicou que os registros foram deletados após a exoneração do então comando do órgão.

“Informamos que após a exoneração das autoridades, seus respectivos conteúdos atrelados ao outlook são deletados, considerado este, não possuímos e-mails com informações quanto as audiências que ocorreram desde o ano de 2019”, pontuou o documento oficial.

Visitas
O reverendo disse que foi procurado pelo PM Luiz Paulo Dominguetti, suposto negociante de vacinas, no dia 16 de fevereiro, ocasião em que comentou sobre as 400 milhões de doses. No dia 22 do mesmo mês, às 12h39, disse ter encaminhado um e-mail para o Ministério da Saúde solicitando a encontro para o mesmo dia, às 16h30, para tratar da compra das vacinas. E foi atendido.

Amilton de Paula afirmou que esteve no Ministério da Saúde em duas outras oportunidades. Na última, teria estado com o então secretário-executivo Élcio Franco.

O reverendo, todavia, negou que conhecesse agentes públicos, diretores do ministério e mesmo do Palácio do Planalto. “Fui lá como embaixador mundial da paz”, disse ele. “Imagino que por causa da escassez [de vacinas] que estávamos vivendo, fomos recebidos”, acrescentou.

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