Brasil – Sucesso na TV desde 1974, o Especial de Natal de Roberto Carlos na Globo aconteceu na noite dessa sexta-feira (22) e trouxe atrações como Jão e Luísa Sonza. Mas o que talvez você não saiba sobre o cantor é que quando criança, o “rei” Roberto Carlos sofreu um acidente, perdendo parte da perna direita, fato que marcou para sempre a sua vida. Reservado, o cantor pouco fala sobre o assunto, mas em duas de suas canções Roberto lembra como tudo aconteceu.
O episódio foi tão traumático que é citado em duas músicas do cantor: “O Divã” (“Relembro bem a festa, o apito/E na multidão um grito/O sangue no linho branco”) e “Traumas” (“Falou dos anjos que eu conheci/No delírio da febre que ardia/Do meu pequeno corpo que sofria/Sem nada entender”).
A história foi contatada através da biografia do cantor e segundo o biógrafo Paulo Cesar de Araújo, tudo aconteceu no dia 29 de junho de 1947, na cidade natal do rei: Cachoeiro de Itapemirim, interior do Espírito Santo. No dia, havia uma comemoração festiva ao padroeiro dos pescadores, São Pedro.
Como tudo aconteceu
Era dia de São Pedro, e Roberto Carlos — na época conhecido como Zunga — chamou a amiga Eunice Solino, a Fifinha, para ver as celebrações.
Uma professora viu que os dois estavam perto demais de uma linha de trem, e uma locomotiva a vapor carregada de minério de ferro se aproximava. Ela tentou chamar a atenção das crianças, mas acabou assustando Roberto Carlos, que tropeçou.
O veículo passou sobre a canela direita do menino, contou Eunice Solino, em entrevista ao biógrafo para o livro “Roberto Carlos Outra Vez”. No livro, ela conta que a professora tentou gritar para o maquinista parar o trem, mas era tarde demais.
“Me lembro da professora na frente do trem, gritando para o maquinista parar. Mais um pouco e ela também podia ter sido atropelada, porque se desesperou, coitada. Guardo até hoje essa imagem comigo.” Eunice Solino.
Uma multidão se aproximou para ajudar: alguns buscaram um macaco para levantar a locomotiva, outros retiraram Roberto Carlos dos trilhos, alguém chamou uma ambulância. No entanto, um jovem chamado Renato Spíndola e Castro exclamou que não havia tempo: fez um torniquete com seu paletó de linho e levou o menino ao hospital em seu carro. O “sangue no linho branco”, na letra de “O Divã”, é uma referência ao rapaz.
Ele foi atendido pelo médico Romildo Gonçalves. Segundo o biógrafo, o médico relembra em entrevista ao jornalista Ivan Finotti que o menino não parecia ter percebido a gravidade do acidente e afirmou: “Doutor, cuidado para não sujar muito o meu sapato porque é novo”. Ele não sentia dor, porque o trem havia destruído os nervos que davam sensibilidade à região.
*Com informações Splash Uol
Leia mais:
Receba notícias do Portal Tucumã no seu WhatsApp e fique bem informado!
CLIQUE AQUI: https://cutt.ly/96sGWrb