Manaus – O Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus vai apresentar uma denúncia contra a Secretaria Municipal de Educação (Semed) após registrar vários casos sobre atraso no pagamento de salários dos educadores que trabalham no regime de Carga Dobrada.
A categoria vai discutir o assunto em uma assembleia aberta aos profissionais amanhã (10) no Centro de Pastoral da Igreja do Rosário, localizado na rua Professor Geraldo Amorim, conjunto Núcleo 13, bairro Cidade Nova II, a partir de 08h30.
Em nota, a Semed informou que “os salários dos mais de 15 mil servidores do órgão estão regulares e em dia” e o pagamento dos trabalhadores da Carga Dobrada será realizado no dia 20 de julho”.
Porém, de acordo com Lambert Melo, um dos representantes do sindicato, as denúncias sobre o atraso nos pagamentos vem crescendo a cada dia.
“A Semed diz que está pagando direitinho, porém, todos os dias nós recebemos denúncias sobre o atraso de salários. Nós iremos levar essa situação ao MP-AM para que seja resolvido. Muitas pessoas já chegaram conosco e disseram que estão passando por sérias dificuldades financeiras por causa dos atrasos”, falou o representante em tom de desabafo.
Denúncia
Um grupo de professores lotados na Semed, que preferiram não se identificar, informaram ao Portal Tucumã que estão sem receber desde março.
Eles relataram que firmaram um contrato temporário válido por um ano junto com a Prefeitura de Manaus. Porém, a categoria alega que estão sem receber desde março. Até o momento, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) não realizou o pagamento dos salários como deveria.
Por causa do aumento de casos da covid-19, o prefeito assinou um decreto municipal antecipando as férias escolares. Com isso, muitos professores estão trabalhando em home office, no método de Ensino à Distância (EAD), que faz parte do projeto ‘Aula em Casa’.
Um professor, que preferiu não se identificar, falou que a Semed parcelou o pagamento do educadores. “A data de pagamento mudou para o dia 20 de julho, fui informado que eles vão parcelar nosso pagamento e será pago apenas o mês de abril. Assim vai até o final do ano. Já estou desesperado. Eu que levo sustento para minha casa, as minhas contas já estão atrasadas. Não sei mais o que fazer”, contou.
Ameaça
Como se não bastasse os salários atrasados, os professores também relataram que, se alguém não for trabalhar, são ameaçados de sofrerem processo administrativo.
“Estamos sendo obrigados a trabalhar sem receber. Caso alguém se recuse a trabalhar, é ameaçado com processo administrativo. Trabalhamos no horário da manhã e da tarde. A Semed está um verdadeiro caos”, relatou uma professora que preferiu não se identificar.
O grupo já se organizou para fazer manifestações em frente ao prédio da Semed, localizado na avenida Mário Ypiranga Monteiro, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus. Entretanto, a secretaria permanece fechada devido a pandemia da covid-19.
Sobre a reunião
Além de falar sobre o atraso no pagamento de salários, a assembleia também vai debater sobre o retorno das aulas presenciais. O evento vai seguir todos os protocolos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a prevenção da Covid-19.
Helma Pereira Sampaio, coordenadora-geral do Sindicato, informou que serão disponibilizados álcool em gel e vai promover o distanciamento social entre os participantes de 1,5 m a 2 metros para evitar a propagação do vírus.
O evento será aberto para sindicalizados e não sindicalizados, e uso de máscara tornou-se obrigatório entre os participantes.
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